A juíza Maria Erothides Kneipp Baranjac decretou a prisão preventiva dos seis envolvidos no assassinato do empresário do ramo do calcário José Carlos Guimarães, de 67 anos, ocorrido no início de fevereiro em Várzea Grande. Entre os participantes do crime está o próprio filho da vítima, o agropecuarista Carlos Renato Gonçalves Guimarães, o “Tato”, que confessou ter mandado matar o pai.
Além de Carlos Renato, estão com a prisão preventiva decretada Wedson Rodrigues Feitosa, o “Tampa”, de 35, Alex Sandro Alves Moreira, o “Tube”, de 25, responsáveis por localizar os pistoleiros, além de Jonatan Soares de Souza, de 23, que indicou o executor, e Wiliam Morais da Silva, de 18, que atirou no empresário. O sexto integrante do bando, Marcos Pacheco Galeano, o “Marquinhos”, de 23, está foragido.
Em seu depoimento, Carlos Renato alegou que era desafeto do pai, porque ele maltrataria a mãe e era esquecido dentro da família. Para a polícia, o motivo seria “ambição” – queria ficar com a fortuna do pai, cuja empresa principal, a Reical Indústria e Comércio de Calcário, fatura cerca de R$ 13 milhões anualmente.
Como se sentia sempre preterido, resolveu arquitetar um plano para executar o próprio pai. Para colocá-lo em prática, contratou cinco pessoas, tendo que desembolsar R$ 12 mil em dinheiro, além de 20 cabeças de gado. Parte do dinheiro prometido não foi pago e um dos pistoleiros denunciou o bando à polícia.
Mas Wedson, “sócio” da empreitada criminosa, afirmou que o motivo foi outro. Carlos Renato havia desviado dezenas de cabeça de gado e extraído madeira ilegal na fazenda do empresário, na região de São José do Rio Claro. Com medo do pai descobrir, resolveu matá-lo.
Essa retirada, feita por Wedson, que tem um sítio vizinho da fazenda, ocorreu no ano passado e desde esse período Carlos Renato vinha assediando Wedson para que ajudasse a eliminar o empresário. “Fui procurado em novembro, em dezembro e janeiro. Caso não aceitasse, a bomba (o sumiço da madeira e do gado) iria estourar por cima de mim”, argumentou Wedson.
A execução do empresário ficou marcada para janeiro e deveria ocorrer no dia 28. O pagamento de todos os cinco envolvidos estava esquematizado. Wedson receberia de 10 a 20 cabeças de gado. Alex Sandro e Marcos pegariam R$ 7.500 juntos. O dinheiro foi conseguido com a venda de 15 novilhas retiradas da fazenda do empresário. Jonatan ficaria com R$ 2 mil e Wiliam, por ser o executor, pegaria R$ 3 mil. No dia do crime, os pistoleiros procuraram o empresário várias vezes durante o dia. Chegaram a passar em frente da empresa. Para ajudar a localizar o pai, Carlos Renato, então, teria marcado uma reunião no escritório do advogado Jatabairu Francisco Nunes, em Várzea Grande, para discutir a guarda da filha. Lá estavam Carlos Renato e a irmã.
No momento em que o empresário ligou dizendo que iria lá também, Carlos Renato foi até o banheiro e fez uma ligação. Ele saiu antes da chegado do pai. Para a polícia, ele teria avisado aos pistoleiros por celular sobre a chegada do empresário. Assim que a vítima saiu do prédio para ir embora, foi executada com três tiros.