comercialização dos insumos para a safra de verão está mais lenta este ano. As incertezas do mercado obrigaram o produtor a pensar mais antes de fazer as compras.
Na cooperativa de Rolândia, no norte do Paraná, os agricultores começaram agora a comprar os insumos para o plantio da safra de verão. Normalmente, esse movimento tem início no mês de julho, quando é organizada a campanha de vendas. Este ano, o pessoal decidiu aguardar algumas semanas por orientação da própria cooperativa.
“Tinha os cenários de que os insumos poderiam ter preços menores. E por causa das indefinições sentidas por causa dos mercados de soja e de milho”, explicou Eliseu de Paula, presidente da cooperativa de Rolândia.
Um levantamento da cooperativa aponta queda média de 25% no custo de produção em relação à última safra de verão. Um índice que chega a 30% nos agrotóxicos. Alguns fertilizantes tiveram redução ainda maior, de 45%.
A venda de sementes é outro termômetro para a safra de verão. Na cooperativa de Rolândia a procura pela soja cresceu 10% em relação à safra passada. Já as sementes de milho registraram queda de 26% na comercialização.
A preferência pela soja é confirmada por agricultores como seu Moacir Canônico. Esse ano, ele desistiu do milho e vai plantar 160 hectares da oleaginosa. “O custo e o risco altos eu não enxergo como uma cultura viável para a próxima safra. Então, decidi plantar toda a minha área em soja”, justificou.
A venda de adubos caiu 22% de janeiro a julho, segundo a Anda, Associação Nacional para a Difusão de Adubos. Já a comercialização de agrotóxicos se manteve estável no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado.