quinta-feira, 19/09/2024
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Rússia diz suportar guerra do petróleo com os sauditas por até uma década

Disputa entre os dois países derrubaram preços da commodity no início desta semana; Rússia usará fundo US$ 150 bi para suportar barril do petróleo entre US$ 25 e US$ 20

A guerra aberta entre Moscou e Riad pelo preço do petróleo levanta uma pergunta: até quando conseguirão manter a disputa que derrubou o valor da commodity em mais de 30% neste início de semana.

Nesta segunda-feira (9), a Rússia apresentou suas cartas, dizendo ser capaz de suportar os preços baixos por até uma década , preparando o terreno para uma batalha prolongada com os árabes.


Segundo o Ministério das Finanças russo, o governo vai usar seu fundo soberano de US$ 150 bilhões para alimentar os gastos orçamentários, enquanto os preços do petróleo se mantiverem entre US$ 25 e US$ 20 o barril . Dessa forma, será possível cobrir as receitas perdidas pelos próximos seis a dez anos.

No domingo, os preços do petróleo desabaram após a Arábia Saudita anunciar um aumento da produção como retaliação à posição russa de não cooperar com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opec),

A entidade internacional pretendia cortar a produção para responder à queda da demanda global por óleo por causa da crise do novo coronavírus . Foi a maior queda em um único dia desde a Guerra do Golfo, em 1991. 

Nesta segunda-feira, o rublo caiu à sua pior cotação frente ao dólar desde janeiro de 2016, mas Moscou acredita que está mais bem posicionado que os árabes para suportar o impacto da queda nos preços do petróleo. 

Análise

“Agora, eles estão contando que isso seja um cenário temporário “, avaliou Sofya Donets, da consultoria Renaissance Capital, ao Financial Times. “Mas ao dizer isso eles mostam que estão prontos para qualquer coisa”, ponderou.

Com o discurso alinhado, o ministro da Energia russo, Alexander Novak, tentou tranquilizar autoridades econômicas, em encontro emergencial, dizendo que o setor petrolífero do país tem recursos e reservas financeiras “para se manter competitivo em qualquer nível de preço e segurar sua participação no mercado”.

Novak acrescentou que Moscou “presta atenção especial ao mercado interno , com o suprimento estável de derivados do petróleo e a proteção do potencial de investimento”. 

Na versão do ministro russo, a Rússia propôs estender o acordo com a Opec por “ao menos” mais um trimestre, mas os membros da organização “decidiram aumentar a produção e lutar por participação no mercado”.

As ações da estatal petrolífera Rosneft caíram 22% nesta segunda-feira, na Bolsa de Londres, enquanto a Gazprom perdeu 18%. Para Dmitry Marinchenko, analista da Fitch Ratings, as empresas russas podem compensar a queda nos preços com aumento de produção , mas a capacidade é limitada. 

“A decisão de pôr fim à Opec+ nessas circunstâncias foi arriscada e a lógica não é absolutamente clara” — afirmou Marinchenko.

“A Rússia pode conseguir aumentar a produção em 250 mil a 300 mil barris nos próximos meses, cerca de 3%, mas isso parece irrelevante em comparação com as perdas causadas pelos preços mais baixos”, avaliou o analista.

Link deste artigo:https://economia.ig.com.br/2020-03-09

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Parmenas Alt
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