A Rússia tem a informação de que a Coreia do Norte planeja lançar mais um míssil balístico, mas não sabe quando isso vai ocorrer, informou nesta quarta-feira a agência russa de notícias Interfax, citando como fonte um militar de alta patente.
A notícia surgiu depois de o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Lee Sang-hee, afirmar que as recentes ações da Coreia do Norte estavam relacionadas aos planos de sucessão do líder norte-coreano, Kim Jong-il, e ao mesmo tempo que na ONU as potências mundiais formatam um acordo sobre como punir o governo de Pyongyang.
A Coreia do Norte causou tensão na região e no mundo nas últimas semanas ao lançar mísseis, fazer ameaças de ataques à Coreia do Sul e realizar um teste nuclear, fatos que levaram as forças norte-americanas e sul-coreanas a elevar o alerta militar na península a um de seus níveis mais altos desde a Guerra da Coreia (1950-53).
Aumentando ainda mais as preocupações, os militares russos disseram ter informação sobre planos para outro lançamento de míssil.
“Nós temos certa informação sobre o tipo e características do míssil. No entanto, não possuímos dados precisos sobre a hora”, disse um militar de alta patente, segundo a agência Interfax.
Enquanto isso, o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Lee Sang-hee, relacionou as ameaças do Norte e a intensidade da atividade militar ao fato de Kim Jong-il estar preparando o caminho para que um de seus filhos seja seu sucessor.
“Kim Jong-il está doente e tentando armar um plano de sucessão para transmissão de poder por meio da criação de tensão, enquanto ignora o desespero de seu povo, que passa fome, e o empobrecido estado da economia do país”, disse o ministro sul-coreano em um pronunciamento às tropas, segundo afirmou um assessor militar nesta quarta-feira.
“O regime da Coreia do Norte é um grupo antiético, irresponsável e desumano, que põe sua própria sobrevivência acima das vidas e da felicidade do povo.”
Parlamentares sul-coreanos disseram ter obtido da agência de espionagem da Coreia do Sul informações de que líderes do Norte começaram o trabalho de base para permitir que o filho mais novo de Kim, Jong-um, — que estudou na Suíça — assuma o poder.
A Coreia do Norte parecia estar pronta a ampliar as tensões com o disparo de um míssil de longo alcance que poderia atingir território dos EUA e mísseis de médio alcance capazes de chegar qualquer ponto na Coreia do Sul e a maior parte do Japão, disseram autoridades.
O enviado especial do governo norte-americano para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, disse em Nova York que os EUA farão o que for necessário para a segurança de seus aliados, mas não têm planos de invadir o Norte ou derrubar seu governo pela força.