A alta dos preços internacionais do petróleo e dos alimentos consumirá, entre hoje e quarta-feira (dia 9), boa parte da agenda dos líderes do grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia, o G8. A reunião de cúpula anual do G8, desta vez realizado em um resort na ilha de Hokkaido, no Norte do Japão, oficialmente será dedicada às questões climáticas – aquecimento global e definição de metas de redução de emissão de gases do efeito estufa até o fim do ano que vem (tarefa deixada pelos membros da Organização das Nações Unidas, ONU, em dezembro passado, em Bali), para que possam ser aplicadas a partir de 2012.
A fome, entretanto, falará mais alto. A resposta do G8 para as conseqüências imediatas e visíveis do aumento dos preços internacionais dos alimentos deverá mais uma vez ser paliativa – a ajuda alimentar dos países ricos aos pobres. Não há expectativas de que sejam adotadas medidas efetivas para reduzir a especulação nos mercados futuros agrícolas e de petróleo, como regras de controle sobre os capitais voláteis ou eliminar os subsídios concedidos pelas maiores economias do mundo a seus produtores rurais. A pressão dos países mais vulneráveis e dos organismos financeiros igualmente está posta na solução de curto prazo da ajuda alimentar.
O Banco de Desenvolvimento Asiático (ADB, na sigla em inglês) alertou na semana passada que 1 bilhão de asiáticos gastam pelo menos 60% de seus salários com comida, e serão alvo de desnutrição por causa do aumento dos preços dos alimentos. A instituição planeja abrir uma linha de US$ 1 bilhão para financiar programas de reforma no setor agrícola este ano, dos quais US$ 500 milhões seriam desembolsados imediatamente para socorrer produtores mais pobres. A cifra deve dobrar em 2009. O Banco Mundial deve destinar US$ 10 bilhões para programas para reduzir a fome e os custos de sementes e fertilizantes para produtores dos países mais pobres.
Além do plano emergencial, a alta dos preços internacionais do petróleo e dos alimentos tende a emergir nas discussões do G8 pelo seu aspecto mais devastador para a economia e o bem-estar das sociedades – a inflação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
U.Seg