É o primeiro caso registrado desde que a OMS anunciou em de dezembro de 2021 o fim do 13º e até então último surto da doença no país
As autoridades da República Democrática do Congo (RDC) confirmaram neste sábado (23) um novo caso de ebola na cidade de Mbandaka, capital da província de Équateur, no norte do país.
“Depois de analisar amostras de um paciente com sintomas, o Instituto Nacional de Pesquisa Biológica confirmou esta manhã que se tratava de ebola”, disse à Agência Efe o coordenador de programas contra esta doença na RDC, Steave Ahuka.
“Estamos testemunhando um novo ressurgimento do ebola na província de Equateur”, acrescentou.
No entanto, Ahuka pediu à população que não entre em pânico, pois as autoridades congolesas enviaram imediatamente uma equipe de especialistas para a área para gerenciar o surto.
Na quinta-feira passada, o paciente que alertou as autoridades de saúde – um homem de 31 anos – começou a sangrar persistentemente enquanto era tratado no hospital geral de referência de Wangata, em Mbandaka.
O homem apresentava alguns sintomas da doença, como fortes dores de cabeça e febre, desde o último dia 5 de abril, mas, apesar dos tratamentos médicos que recebeu desde então, sua situação não melhorou.
Neste momento, as autoridades procuram cerca de 30 pessoas que tiveram contato direto com o paciente desde que ele começou a apresentar os primeiros sintomas, afirmou Ahuka à Efe.
Este foi o primeiro caso de ebola registrado na RDC desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em 16 de dezembro de 2021 o fim do 13º e até então último surto da doença no país, que deixou 11 casos e seis mortes na província de Kivu do Norte.
De 2018 a 2020, o nordeste da RDC – as províncias de Kivu do Sul, Kivu do Norte e Ituri – experimentou seu pior surto de ebola, com pelo menos 2.299 mortes, segundo os dados mais recentes da OMS.
A doença do ebola, descoberta em 1976 na RDC – então chamada Zaire -, é transmitida pelo contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados. Essa febre causa sangramento intenso e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90%.
Seus primeiros sintomas são febre alta e repentina, fraqueza severa e dores musculares, de cabeça e de garganta, além de vômitos.
De 2014 a 2016, esta doença causou a morte de cerca de 11.300 pessoas na África Ocidental – Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa -, embora a OMS alerte que esses números podem ser conservadores.
R7