O presidente do Senado, Renan Calheiros, está em seu gabinete no Senado gravando um pronunciamento que será retransmitido pela TV Senado para, provavelmente, apresentar um desfecho para a crise. É esperado um pedido de licença da Presidência da Casa ou até mesmo a renúncia. Renan passou o dia em casa aconselhando-se com aliados entre os quais os senadores, José Sarney, Wellington Salgado e Edson Lobão.
Conversou também com o seu mais importante aliado político em Alagoas, o governador Teotônio Villela Filho. E por último, com o irmão, deputado Olavo Calheiros, com quem partilhou os últimos momentos antes da decisão final.
Renan Calheiros pode pedir uma licença de 45 até 120 dias do cargo de presidente do Senado. A decisão foi tomada em reunião, realizada na madrugada desta quinta-feira, em que estavam presentes o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), além de assessores. O encontro acabou por volta das 3h30 e o comunicado oficial pode ser feito ainda hoje.
A licença da Presidência tenta amenizar o clima na Casa e facilitar a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional que prorroga a CPMF.
Para Renan, o objetivo é sair do foco das denúncias e aumentar suas chances no Conselho de Ética e no Plenário do Senado.
O presidente do Senado esteve sempre muito reticente quanto a essa hipótese, mas foi convencido por interlocutores de que o fogo cruzado contra ele não acabará enquanto ele permanecer na cadeira.
Renan responde a três processos no Conselho de Ética porque teria feito lobby para a cervejaria Schincariol, utilizado laranjas para comprar veículos de comunicação e participado de um esquema de desvio de recursos em ministérios do PMDB. Existe ainda uma nova denúncia de que ele teria montado uma rede de arapongagem contra colegas, que ainda se encontra na Mesa Diretora. O peemedebista foi absolvido da primeira acusação, de que teria contas pessoais pagas por um lobista.
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