Na tentativa de se explicar ao eleitorado, o prefeito Wilson Santos (PSDB),
candidato à reeleição, acabou complicando ainda mais sua situação quanto ao
superfaturamento do Programa Reluz, que está instalando luminárias em Cuiabá
e irá custar mais de R$ 24 milhões. O custo do programa em Cuiabá é quase o
dobro do praticado em Porto Alegre e cerca de 80% superior ao valor
praticado no Rio de Janeiro.
Wilson Santos se comprometeu em entregar todos os documentos para Mendes,
nesta segunda-feira (20/10/2008), às 10h, mas mudou de idéia e tentou
ludibriar o concorrente, levando apenas parte do contrato para o Tribunal de
Contas do Estado (TCE).
O candidato Mauro Mendes (PR), da coligação Compromisso com Cuiabá, não
recebe os documentos prometidos por Wilson para supostamente esclarecer o
preço “a maior” do Programa Reluz, em Cuiabá. “O que se gasta na colocação
de uma luminária na Capital corresponde ao valor de uma TV de 29 polegadas,
se comparado com dados da Eletrobrás sobre outras capitais”, observa ele.
Mendes fez a comparação com os preços das luminárias em outras cidades, como
Porto Alegre (RS), onde o valor é de R$ 317; ou no Rio de Janeiro (RJ), cujo
braço com lâmpada e “relê”, sai a R$ 370,00; enquanto, em Cuiabá, o valor da
luminária é R$ 539.
“Isso representa R$ 10 milhões a mais do custo de todo o projeto”, protesta
o candidato republicado. Em resposta às insinuações de Mendes, Wilson Santos
aproveitou para agradecer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por
inserir Cuiabá no programa Reluz.
Para justificar a ausência de licitação para compra das luminárias, o
prefeito explicou que a contratação é feita pela Rede Cemat. Santos contou
ainda que a empresa Urbeluz foi contratada para executar o serviço pela Rede
Cemat e destacou o fato de 75% do valor do projeto ser captado por
empréstimos da Cemat junto à Eletrobrás, que não faz financiamento
diretamente à municipalidade.
Sendo assim, a Prefeitura tem seis anos para pagar os 25%. Wilson ainda
ressaltou que R$ 24 milhões saíram da conta da Prefeitura para investimentos
nas luminárias e o restante deve partir da União.
