domingo, 24/11/2024
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Religiosos discutem teoria do fim do mundo

 

Uma interpretação do calendário dos maias, civilização antiga e desenvolvida que ocupou áreas das américas Central e do Norte por mais de 3,5 mil anos, levou muita gente a acreditar que o mundo acabaria amanhã. Tamanha foi a repercussão que o Vaticano e até a Nasa, a agência espacial norte-americana, apressaram-se em soltar comunicados desmentindo o apocalipse iminente.

O DIÁRIO ouviu lideranças de diferentes religiões sobre o fim do mundo. Todas concordam que o fim do mundo vai chegar e  muitas dizem que este dia chegará inevitavelmente.

“Tudo tem um fim. A Bíblia diz que a existência física é passageira, inclusive o planeta Terra um dia deixará de existir, mas não há menção nas escrituras sobre quando o fim chegará”, afirma o padre  Tarcísio Mesquita. Segundo o representante da Igreja Católica, seitas e movimentos apocalípticos existiam desde o tempo de Jesus para semear o medo e dominar povos.

Para o xeque Jihad Hammadeh, porta-voz da comunidade islâmica do Brasil, já existem sinais claros de que o fim vai chegar, mas não será amanhã. “Fatos como as guerras, a mentira e o crescimento dos adultérios são alguns exemplos”, aponta. Para Hammadeh, o sinal mais evidente da morte de toda a humanidade será facilmente reconhecível. “Vai chegar o falso messias, o anticristo, que será rico, poderoso e influente e não terá o olho direito. Depois disso, outros nove sinais aparecerão até o juízo final.”

ciclo infinito/ Para budistas e espíritas, o mundo pode mesmo acabar, mas daqui a muito tempo. Segundo eles, tudo na vida é transitório e sujeito a transformações. “Tudo o que começa, inevitavelmente termina. A vida está sendo transformada a cada dia. Civilizações acabam e dão lugar a outras”, reflete a monja Coen, da Comunidade Zendo Brasil.

“Para os espíritas, nada é definitivo e tudo está em permanente transformação. Não acreditamos no juízo final, não acreditamos em punições eternas. A cada encarnação o homem evolui rumo à perfeição”, opina Miguel de Jesus Sardano, presidente do Centro Espírita Doutor Bezerra de Menezes de Santo André , no ABC.

Especialista nega que povo maia previu apocalipse

De acordo com o arqueólogo Alexandre Navarro, professor da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) e pós-doutor em arqueologia pela Unicamp, os maias não previram o fim do mundo para o dia 21 de dezembro de 2012. “A verdade é que o principal calendário maia, que tem duração de 5.126 anos e começou no ano 3114 a.C., termina em 2012, mais propriamente no dia 21 de dezembro. Mas os maias diziam que, nesta data, chegaria o deus Sol, sua maior divindade. A vinda dele significaria algo bom e não a destruição da raça humana”, afirma o especialista em cultura maia, autor do livro “As Religiões que o Mundo Esqueceu” (Editora Contexto).

Navarro diz que os maias tinham não só um calendário, mas vários. Um era específico para a colheita, outro servia para as festas religiosas e havia mais calendários com finalidades diferentes. “Eles usavam mais de 30 calendários. A concepção de tempo para essa civilização era cíclica. Quando um calendário acabava, era zerado e imediatamente recomeçava o ciclo”, diz.

Segundo Navarro, a civilização maia perdurou de 2000 a.C. até 1519 d.C., quando terminou de ser dizimada pelos colonizadores espanhóis. “Era um povo muito organizado e complexo, capaz de desenvolver escrita própria. Por volta do século 9 havia cidades maiores do que Londres e Paris, com mais de 80 mil habitantes.”

 

 

 

 

 

 

Diário 

ALESSANDRO REIS

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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