quinta-feira, 21/11/2024
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Relatório indica doação irregular de empresa ligada a Cachoeira

Um relatório da Receita Federal em poder da CPI do Cachoeira aponta uma doação não contabilizada de R$ 1 milhão para a campanha do ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda (PMDB), eleito para o Senado em 2010.

Uma empresa que, segundo a Polícia Federal, tinha o empresário Carlinhos Cachoeira como um sócio oculto, registrou em sua declaração anual de renda ter doado R$ 1,162 milhão para Miranda.

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No entanto, o candidato declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter recebido apenas R$ 162 mil dessa mesma empresa.

Sua campanha custou R$ 1,52 milhão, segundo os registros do TSE. Os valores de gastos e arrecadações são exatamente os mesmos.

A doadora foi a Construtora Rio Tocantins, do empresário Rossine Aires Guimarães, também conhecida como Construtora Vale do Lontra Ltda. A quebra do sigilo fiscal da empresa foi determinada pela CPI.

Rossine Guimarães, segundo as investigações da Operação Monte Carlo, é sócio de Cachoeira em diversos negócios, mas não chegou a ser indiciado pela Polícia Federal. Sua convocação para prestar depoimento como testemunha foi aprovada pela CPI.

A empresa de Rossine obteve contratos de R$ 235 milhões com o governo do Tocantins, entre 2008 e 2011. Inclusive, portanto, na gestão de Marcelo Miranda – cassado em setembro de 2009.

Miranda, apesar de eleito para o Senado em 2010, não chegou a tomar posse. Enquadrado na Lei da Ficha Limpa, teve sua candidatura indeferida pelo TSE.

Em maio de 2011, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu liberar as candidaturas barradas com base na lei. Contudo, por ter sido cassado, o STF entendeu que ele não poderia ter se candidatado em 2010.

Quando sua candidatura foi momentaneamente aceita pelo STF, Miranda recebeu um telefonema do próprio Carlinhos Cachoeira, parabenizando-o pela eleição. Em resposta, disse que Cachoeira poderia contar com ele.

OUTRO LADO

A construtora e o candidato não esclareceram a divergência de valores entre as duas declarações.

A Folha tentou esclarecer a divergência de valores com os envolvidos desde a semana passada, mas não obteve respostas.

A CRT não retornou os questionamentos enviados na terça-feira para um diretor da empresa e para a advogada que representa a companhia.

Em relação a Marcelo Miranda, a reportagem deixou recados no diretório regional do PMDB em Tocantins, onde é o vice-presidente.

Também encaminhou os questionamentos para os advogados que representam o ex-governador, mas também não obteve retorno.

ANDREZA MATAIS
BRENO COSTA
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
poder/UOL

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Parmenas Alt
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