Um relatório da União Europeia sobre a guerra entre a Geórgia e a Rússia em agosto do ano passado concluiu que o conflito foi iniciado por um ataque injustificado de forças georgianas, após meses de provocação russa. O estudo, feito por uma comissão independente a pedido da UE, indica violações da legislação internacional por ambas as partes.
O conflito se iniciou no dia 7 de agosto do ano passado, quando a Geórgia bombardeou sua região separatista da Ossétia do Sul para tentar retomar o controle sobre a província rebelde. A comissão considerou esta iniciativa como totalmente injustificável do ponto de vista internacional.
Em reação, forças da Rússia, país com a qual parte da população da província se identifica, repeliram o ataque e avançaram em território georgiano até chegar à capital, Tbilisi.
Para a comissão, a reação russa foi justificada, mas a incursão dentro da Geórgia “foi muito além dos limites da defesa” e constituiu “uma violação da lei internacional”.
“Melhor compreensão”
Os russos acabaram expulsando soldados georgianos das regiões da Ossétia do Sul e da Abecásia, que desde então Moscou – sem o apoio de outros países da comunidade internacional – reconhece como Estados independentes.
Em nota, os países europeus disseram que o documento não tem a finalidade de “colocar a culpa” em nenhuma das partes, mas “contribuir para uma melhor compreensão das origens e o curso do conflito do ano passado”.
A Rússia considerou que a avaliação “não deixa dúvidas” a respeito de quem começou a guerra. Já a Geórgia afirmou que as investigações comprovaram que a Rússia já vinha se preparando para a guerra mesmo antes do conflito.
Segundo o relatório, cerca de 850 pessoas morreram durante a guerra e mais de 100 mil foram obrigadas a deixar suas casas. Cerca de 35 mil ainda permanecem na situação de deslocados, afirmou a comissão.
U.Seg