O relatório parcial de inteligência elaborado pela Polícia Federal sobre a Operação Navalha cita três ex-deputados. Pedro Correa, cassado por conta do escândalo do mensalão, e Humberto Michiles são ligados no texto ao lobista Flávio Candelot –pessoa que, segundo a PF, intermediava “pagamento de vantagens” em nome da Gautama. Michiles recebeu dinheiro da empreiteira, de acordo com o relatório, por meio do filho Tasso.
Ivan Paixão é acusado de obter recursos federais do Ministério da Integração Nacional para obra da adutora do rio São Francisco, executada pela Gautama.
Origem da investigação
A Operação Navalha nasceu como um desdobramento de uma investigação da PF que apurava ligações entre policiais e um grupo de empresários da Bahia especializado na prática de crimes de fraude à licitação –especialmente nas áreas de segurança privada, construção civil, ensino superior e na prestação de serviços gerais terceirizados.
Indícios de crime de corrupção passiva, violação de sigilo funcional e prevaricação foram apontados contra três superintendentes regionais da PF no Nordeste (Ceará, Sergipe e Bahia).
O vazamento interno das investigações, no entanto, abortou o aprofundamento das investigações contra esses policiais. Restou à PF manter as escutas e as varreduras contra o braço empresarial da parceria –que, em determinado momento, indicaram a empreiteira Gautama como a comandante do esquema de suborno para obter lucro por meio de execução de obras públicas.
FOL