Em encontro em Havana, no mês passado, Raúl Castro disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que desejava acelerar o processo de transição política e econômica em Cuba e que o Brasil seria um parceiro mais conveniente do que a Venezuela para essa tarefa.
No poder desde julho de 2006, quando Fidel se afastou “temporariamente”, Raúl pediu a ajuda de Lula para aumentar investimentos privados no país e melhorar as relações internacionais de Cuba, sobretudo com os Estados Unidos. Raúl deseja empenho de Lula para tentar convencer os Estados Unidos a pôr fim ao bloqueio econômico que teve início em 1962.
Nas palavras de um ministro, o Brasil é um dos poucos países do mundo capazes de dialogar com o regime cubano, Chávez e o governo norte-americano. Segundo apurou a Folha, Raúl vê em Lula uma forma de se descolar um pouco do venezuelano Hugo Chávez.
Com a saída de cena de Fidel –que renunciou ao poder nesta terça-feira (19)– Raúl deverá fazer acenos para a comunidade internacional, disseram à Folha auxiliares de Lula que acompanharam o brasileiro em Havana.
Lula disse a Raúl que avanços econômicos deveriam ser acompanhados de maior abertura política. Para o petista, Raúl deveria fazer um gesto na área de direitos humanos (prisioneiros políticos) para demonstrar que deseja uma transição de verdade e não somente replicar o modelo chinês (abertura na economia e mão-de-ferro na política).
F.on. L