“Creio que é do interesse de toda a América Latina que haja uma mudança no Fundo, que o FMI seja mais atento às economias emergentes e aos países de baixa renda”, declarou Rato à imprensa em Cingapura, onde a instituição deve aprovar a reforma na próxima semana.
O diretor-gerente do FMI rejeitou desta forma as críticas de países como o Brasil ao projeto de reforma que prevê, numa primeira etapa, dar mais poder de voto a quatro países: China, Coréia do Sul, México e Turquia, considerados particularmente sub-representados.
Rato se disse convencido de que os países da região compartilham sua idéia de que a América Latina se beneficiará da reforma: “Estamos avançando e isso é melhor que podemos fazer”, afirmou, após ser consultado sobre as queixas do Brasil e de outros países latino-americanos.
A reunião do Fundo, que será celebrada na terça-feira e quarta-feira, estará dedicada principalmente à reforma da instituição criada em 1945 após a Segunda Guerra Mundial, para que se adapte à economia do século XXI.
“Há uma necessidade real de reequilibrar a participação no capital para refletir as mudanças de realidades econômicas, em particular o peso econômico crescente dos principais mercados emergentes”, disse Rato em declarações anteriores.
A participação no capital do FMI determina o número de votos e o montante da ajuda financeira que um país pode obter da instituição.
Atualmente Washington detém a maior porcentagem de votos (17,08%). Os Estados Unidos contribuíram com 55,1 bilhões de dólares para um capital total de 317 bilhões de dólares no fim de julho de 2006.
A reforma de imediato tenta redefinir e simplificar a fórmula que permite calcular o peso de cada país, para que a mesma reflita a nova realidade da economia mundial.
“Evidentemente há várias opiniões”, resumiu o chefe do FMI.
Os Estados Unidos querem uma maior representação da China como conseqüência de seu desenvolvimento e seu papel na economia mundial.
Um grupo de países europeus, como Bélgica, Holanda e Suíça, criticados pela grande representação atual, teme ser prejudicado na nova distribuição.
AFP