O PMDB selou nesta terça-feira, durante jantar da cúpula da legenda, a decisão de lançar um peemedebista para concorrer à vice-presidência da República na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) –que vai disputar o Palácio do Planalto em 2010 pelo PT.
O partido deve formalizar até o início de novembro a aliança com os petistas, mas o comando nacional do PMDB já decidiu que vai indicar um nome para a vice-presidência na chapa da petista –mesmo com parte da bancada contrária à união com o PT.
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“Tem acordo para que o PMDB seja o vice. Só isso”, disse o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Cotado para ser lançado a vice-presidente na chapa de Dilma, Temer desconversou. “O nome só sai no ano que vem.”
Alguns parlamentares peemedebistas que participaram do jantar afirmaram que o lançamento do nome de um eventual vice neste momento seria “prematuro” e poderia comprometer a aliança com o PT. A disposição dentro do PMDB é esperar a definição de chapas dos adversários da ministra, especialmente o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), antes de anunciar o perfil do peemedebista que vai estar ao lado de Dilma nos palanques.
Temer vai se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em duas semanas para voltar a discutir a aliança do PT com o PMDB. O presidente da Câmara é porta-voz da ala governista do partido, favorável à aliança com Dilma em 2010.
A maioria do PMDB, que neste momento defende a aliança com Dilma, está disposta a formalizar o apoio do partido publicamente até o início de novembro –mesmo com as divergências entre PT e a legenda em alguns Estados do país.
Parte da bancada, porém, discorda da aliança com o PT nas eleições do ano que vem. Liderados pelo ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB), os peemedebistas favoráveis ao embarque da legenda na candidatura de Serra defendem o adiamento da formalização da aliança.
O grupo de Quércia quer que o PMDB decida somente no meio de 2010, durante a convenção do partido, se vai compor aliança nacional com o PT. Alguns peemedebistas também criticam a pressa na consolidação do apoio a Dilma porque consideram muito cedo para definir alianças estaduais.
“Não sou partidário dessa antecipação toda. Deveríamos ouvir as bases do partido, ter mais segurança”, afirmou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Oposição
Aliado de Serra, Quércia se reuniu com Temer no final de setembro para pedir que ele não se precipite na busca de uma aliança formal do PMDB com Dilma. O apelo da ala oposicionista do PMDB, porém, não teve efeitos práticos na disposição de Temer em fechar a aliança com Dilma.
Quércia deixou claro, no encontro com Temer, que a ala serrista não vai aceitar a formalização do embarque do PMDB na candidatura Dilma. O ex-governador reconheceu que a ala pró-Serra tem dentro da legenda menos da metade de apoio à candidatura do tucano.
Ele disse acreditar, porém, que, até a convenção, grande parte dos peemedebistas que hoje apoiam Dilma vão mudar de lado dentro do partido.
Além de Temer, são cotados para disputar a vice-presidência na chapa de Dilma o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, recém-filiado ao PMDB. O ministro Hélio Costa (Comunicações) também teve o nome ventilado dentro do partido para uma eventual chapa com Dilma.
F.Online