domingo, 22/12/2024
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Quer estudar em outra cidade? Veja quem pode conceder benefícios

Não adianta só ganhar a bolsa de estudos se a universidade escolhida estiver em outra cidade. Com os vestibulares do meio do ano se aproximando, vale começar a pesquisar se a instituição oferece auxílio moradia em caso de necessidade. Alem disso, deve-se fazer um levantamento dos gastos que poderão surgir com transporte e alimentação, por exemplo.

As universidades públicas costumam oferecer esse tipo de ajuda, mas não há uma política comum entre elas. Nas particulares, essas iniciativas são mais raras, avalia Carlos Monteiro, especialista em ensino superior.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, estão entre as instituições públicas que oferecem ajuda a alunos carentes. Nelas, o auxílio financeiro oscila entre R$ 200 e R$ 350 mensais, dependendo do tipo de bolsa. Normalmente, as inscrições para concorrer aos benefícios devem ser feitas à época do início das aulas e a escolha dos contemplados ocorre por meio de análise socioeconômica.

partir deste semestre, a UFPel implantou a bolsa auxílio moradia em dinheiro. Isso porque as vagas disponíveis na moradia estudantil não foram suficientes para a quantidade de alunos que vieram de outras cidades – e que precisariam usar a casa. De acordo com a instituição, dos 3.125 que ingressaram via Sistema de Seleção Unificada (SiSU), 70% são de fora de Pelotas – sendo um terço provenientes de 17 estados. A verba é concedida para que custeiem seu aluguel. O aluno também pode concorrer aos auxílios alimentação e transporte.

É importante checar, também, se é possível obter todos os benefícios ao mesmo tempo. Dependerá da instituição. Na Unifesp, por exemplo, o universitário só pode receber dois deles simultaneamente: moradia e alimentação ou transporte e alimentação.

Os estudantes podem buscar informações sobre esse tipo de programa nos endereços eletrônicos das universidades.

Bolsa permanência
Aida Cardoso, de 18 anos, é do Piauí e ganhou bolsa integral do Programa Universidade para Todos (ProUni), do governo federal, neste ano. Ela está cursando fisioterapia. Porém, junto com a felicidade de conseguir estudar, veio um problema: o de se manter em Teresina, para onde ela teve que se mudar.

Eu achei que as aulas começassem no segundo semestre. Quando ganhei a bolsa, no início do ano, tive que ingressar imediatamente e pedi ajuda para os meus pais me sustentarem”, diz. “Minha mãe não tem renda fixa, ela é manicure e vendedora ambulante, e meu pai é vigia. Está complicado me manter aqui, até porque tenho três irmãos. Minha cidade fica a 190 km de Teresina”, conta. “Acho que vou ter que trabalhar”. Aida está dividindo um cômodo com um amigo, também universitário.

A Associação de Ensino Superior do Piauí (Aespi), onde Aida estuda, não fornece esse tipo de auxílio, para moradia. Porém, há um programa de monitoria que pode ser útil a estudantes com esse perfil. O aluno que consegue uma vaga como monitor ganha desconto na mensalidade. Mas, para quem tem bolsa integral do ProUni, por exemplo, há a possibilidade de ganhar, em dinheiro, o equivalente ao desconto que obteria. “Aconteceu com um aluno que tem bolsa, já que não teria como dar o desconto a ele”, diz Silmara Rebelato, coordenadora geral da Aespi.

O trabalho do monitor é ajudar outros colegas numa espécie de plantão de dúvidas, que ocorre fora do horário das aulas. Para ele conseguir uma vaga, precisará ter alcançado bom desempenho durante o curso da disciplina.

Para universitários contemplados pelo ProUni, há a possibilidade de conseguir a Bolsa Permanência. O benefício de R$ 300 mensal é concedido pelo Ministério da Educação (MEC) durante o processo de seleção do programa a alguns estudantes que se encaixem no perfil exigido.

Normalmente, segundo a assessoria de imprensa do órgão, é comum que a maioria dos contemplados sejam dos cursos de medicina, odontologia e farmácia. Isso porque, entre os critérios para concessão do benefício, o candidato deve optar por cursos presenciais que tenham carga horária média superior ou igual a seis horas diárias de aulas. Mais informações podem ser obtidas no site do ProUni.

Érica Polo
Do G1

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