A Defensoria Pública de Mato Grosso (DPMT) dará posse a quatro novos membros na sexta-feira (18/10). Os aprovados foram selecionados no quinto concurso feito pela Instituição para recrutar defensores, homologado em dezembro de 2016 e prorrogado, por mais dois anos, em 2018. Três das convocações são para repor profissionais. Recentemente dois pediram exoneração e um, licença sem remuneração.
O último concurso da DPMT para defensor ofertou 19 vagas e classificou 57 pessoas. Desde a homologação, 40 foram nomeadas, mas apenas 20 estão em exercício. Com a posse dos quatro novos serão 192 defensores públicos em Mato Grosso, mas para completar o número de vagas efetivas para o Estado ainda faltarão 63 profissionais. O V Concurso tem validade até setembro de 2020.
“Três dos quatro novos defensores entrarão para repor perdas que a Instituição teve recentemente. Com essas nomeações ampliaremos, de fato, em apenas um o número de membros. É o que será possível graças à redução nas despesas que estamos efetivando desde que assumimos a gestão, em janeiro. É muito pouco e até insignificante diante da necessidade, pois 63 cargos continuarão vagos. O que significa que 63 unidades do Poder Judiciário, tanto na Capital quanto interior, continuam fechadas para a população”, avalia Queiroz.
Sonho realizado – Todos os nomeados para a DPMT são naturais de outros estados e percorreram caminhos distintos para alcançar o sonho comum de trabalhar na Defensoria Pública. Determinados, três são mulheres, um tem filha e todos são jovens.
Tainah da Silva Teixeira de Oliveira, 29 anos, natural de São Gonçalo (RJ) conta que aos 20 anos, logo após terminar o curso técnico de nível médio, foi aprovada em concurso público para técnica na Defensoria Pública daquele estado. “Em poucos meses de trabalho tive certeza que ali era meu lugar. Fiz direito, me formei no final de 2015 e desde então faço concursos para Defensoria. Foi assim que tive a felicidade de passar em Mato Grosso”.
A fluminense é casada e está grávida de sua primeira filha, Helena, que nascerá em dezembro. Ela afirma que desde o início da faculdade estuda com objetivo de passar em concurso para a Defensoria. “Acredito que foco e determinação foram fundamentais para alcançar meu sonho, porque não é um caminho fácil. Exige muita renúncia e privação. Mas o apoio, da minha família e do meu marido, foi fundamental. Eles sempre estiverem do meu lado nos momentos mais difíceis”.
Para o teixeirense Murilo David Brito, 31 anos, a paixão pela Defensoria também nasceu a partir da experiência prática. “Durante a graduação tive o privilégio de estagiar no órgão e considero ser impossível passar por ali e não ser impactado pelo trabalho da Instituição. A missão constitucional da Defensoria é quase um sacerdócio, dar voz aos excluídos, e ser instrumento desse processo me fez sonhar em ser defensor”, conta.
Ele nasceu em Teixeira de Freitas (BA), cursou direito em Minas Gerais, trabalhou no Tribunal de Justiça da Bahia como juiz leigo, foi procurador do Centro Especializado de Assistência Social (Creas) e atuava como analista de procuradoria quando tomou conhecimento da nomeação. Ele afirma que estudava desde 2014 para concurso. Casado, Murilo tem uma filha que fará dois anos.
Primeiro emprego – Marília Oliveira Martins, 28 anos, natural de Fortaleza (CE), lutadora de Jui Jitsu, assumirá seu primeiro emprego formal após tomar posse na Defensoria Pública de Mato Grosso. “Fiquei bastante feliz com a notícia, pois é a minha primeira nomeação num concurso público, principalmente por ser para o cargo que sempre sonhei. Estudei por dois anos para a prova e sempre foquei na Defensoria, por ser a única carreira jurídica que me interessava. Atuar em favor dos mais necessitados é o meu propósito”.
Para Marília, os princípios que aprendeu no esporte a ajudaram a alcançar seus objetivos. “Foco, disciplina, respeito aos oponentes, concentração e não desistir nunca. Tudo isso eu aprendi no esporte e apliquei na minha busca pela aprovação em concursos. O mais difícil agora será deixar minha família e amigos”
Amanda Pereira Leite Dias, 30 anos, afirma que um dos seus maiores receios profissionais, ser aprovada e não ser chamada, agora faz parte do passado. “Prestei vários concursos e em vários não passei por décimos. Hoje acredito que Deus me quis em Mato Grosso. Apesar de ter nascido em São Paulo, vim com três meses para cá e me sinto cuiabana. Foram quatro anos de estudo até passar nesse concurso e a nomeação me indica que eu estava no caminho certo em minhas opções de estudo”, afirma.
Amanda lembra que após se formar, decidiu que trabalharia por um ano, para juntar dinheiro e então voltar a estudar para concurso. E assim ela fez, assessorou um juiz, após um ano pediu para sair e focou na Defensoria. Como os outros, ela afirma que teve o desejo de ser defensora após estagiar na Primeira Defensoria Criminal de Cuiabá. “Ajudar ao próximo é algo bom e poder fazer isso todos os dias, na profissão que escolhemos, é muito melhor. É um presente de Deus essa nomeação. Escolhi a profissão pelas nobres atribuições do cargo”, afirma.
A sessão solene de posse está pré-agendada para sexta-feira (18/10), às 8h30. O defensor público-geral, Clodoaldo Queiroz, formalizará a entrada dos quatro na carreira pública, na presença de membros do Conselho Superior do órgão. Na ocasião, os nomeados assinam o temo de compromisso no qual prometem desempenhar as atribuições do cargo, servindo à população, ao Estado e cumprindo a Constituição Federal e as leis.