Duas em cada cinco indústrias de São Paulo pretendem demitir empregados nos próximos meses. Em média, os cortes deverão atingir 14,3% do quadro de pessoal.
A má notícia vem de uma pesquisa inédita realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que ouviu 586 empresas entre os dias 17 de fevereiro e 17 de março.
A sondagem, no entanto, aponta uma desaceleração no ritmo das demissões. Do total de empresas pesquisadas, 47% informaram que já tinham dispensado, em média, 18,7% dos funcionários desde outubro de 2008, quando os efeitos da crise financeira mundial começaram a se acentuar sobre o País. Aquelas que pretendem promover mais demissões, e que representam 38% da amostra, dizem que o corte agora será menor, ao redor de 14%.
Para o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, o pior pode já ter passado, mas a crise continua a causar estragos na atividade e no emprego industrial. “É mais ou menos como um alicate apertando o dedo”, compara Francini. “Quando a pressão alivia um pouco, o sujeito diz oba, o pior já passou, mas o alicate continua apertando o seu dedo.”
A pesquisa revela que o porcentual das empresas que têm planos de demitir é maior entre as que já dispensaram trabalhadores nos últimos meses. Nada menos que 56% dessas empresas dizem que vão promover novos cortes, enquanto apenas 20% das que ainda não tinham demitido agora planejam fazer ajustes de pessoal. “A onda de uma crise não atinge todas as empresas com a mesma intensidade a ao mesmo tempo”, explica Francini. “A extensão foi maior que o imaginado e muitas empresas sentem necessidade de fazer um novo ajuste, enquanto outras só começam a tomar providências agora porque a onda chegou mais tarde para elas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
U.Seg