A Polícia Civil prendeu cinco integrantes de uma quadrilha de estelionatários que aplicava golpes no mercado de automóveis e em diversos comércios dos municípios de Sorriso e Sinop (a 420 e 500 km ao norte) com o uso de cheques sem saldo. As investigações foram realizadas pela delegacia municipal de Sorriso, sob o comando do delegado Bráulio Junqueira. Os golpes iniciaram em janeiro de 2009 e teriam causado o prejuízo de R$ 1 milhão na região.
O grupo, formado por sete pessoas identificadas até agora, começou a ser desarticulado com a prisão de Jair Nunes, um dos líderes da quadrilha que agia nas duas cidades do norte do Estado. Outros quatro membros foram presos em seguida. São eles: Aparício Gonçalves Neto, Osimar Recalcatti, Roberto Sérgio Stabele e Rogério Prá. Dois deles (Roberto e Rogério) foram detidos em uma fazenda de propriedade de Aparício (localizada a 40 quilômetros de Sorriso), onde parte das mercadorias, compradas por meio de cheques sem fundo, era guardada. Duas pessoas ainda estão para ser presas, entre elas está um falsificador de documentos.
As prisões foram realizadas após o dono de uma loja de bebidas desconfiar da quantidade de cervejas e refrigerantes, pagas com cheque no valor de cerca de R$ 3 mil, por um dos integrantes. Ele comunicou a polícia, que passou a investigar e novas vítimas apareceram.
O esquema começou com a abertura de contas bancárias em três bancos do município, em nome de Jair Nunes, que se apresentava como fazendeiro da região. Com talões de cheques ele comprou duas caminhonetes, uma S10 adquirida em Sinop e uma Silverado em Sorriso. Depois mais dois veículos – outra S10 e um Fiat Uno – foram locados em Sinop. Para comprovar que era pecuarista, Jair tinha nota de produtor rural e contrato de arrendamento de uma fazenda na região.
O delegado Bráulio Junqueira informou que as compras iam de maquinários, defensivos agrícolas a jóias, perfumes e até bebidas. “As compras eram absurdas, mais de 100 mil em venenos e 25 mil em madeiras, foram encontrados na fazenda”, disse Bráulio. “Os produtos eram usados e revendidos”, complementou.
A polícia também encontrou na fazenda de Aparício Gonçalves Neto, mil litros de óleo diesel, maquinário agrícola, entre outros, comprados por meios fraudulentos. Ainda foram apreendidos os talões de cheques. Nos canhotos dos talonários calcula-se em R$ 550 mil, o prejuízo de empresários da região.
Todos os suspeitos foram autuados por estelionato, receptação e formação de quadrilha. Aparício Gonçalves vai ainda responder por posse de munições, pois na fazenda dele foram encontradas várias munições. Os cinco foram encaminhados à cadeia pública de Sorriso.
TVCA