quinta-feira, 21/11/2024
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Putin acusa Estados Unidos de empurrarem Rússia para a guerra na Ucrânia

Presidente russo disse que reivindicações do Kremlin não têm sido atendidas, mas diz que governo segue aberto para o diálogo para evitar ‘cenários negativos’

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os Estados Unidos de criarem deliberadamente um cenário projetado para atraí-lo para a guerra na Ucrânia e de ignorar as principais reivindicações do Kremlin nas negociações sobre a crise na região. Em sua primeira manifestação sobre a situação em mais de um mês, Putin afirmou que é essencial para os russos que a Otan se comprometa a não incluir a Ucrânia no bloco, além de retirar mísseis da Polônia e da Romênia. “Está claro que as preocupações fundamentais russas foram ignoradas”, disse em entrevista coletiva concedida ao lado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban. Apesar da fala, Putin ressaltou que Moscou está aberto a negociações para evitar “cenários negativos”, inclusive a guerra.

Putin disse que a recusa pelos EUA e seus aliados em atender às demandas feitas viola as obrigações de integridade da segurança estabelecidas na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Ele argumentou que, embora os aliados ocidentais enfatizem a liberdade de cada país escolher alianças, eles negligenciam o princípio da “indivisibilidade da segurança” consagrado nos documentos da OSCE. Isso envolve o princípio de que a segurança de uma nação não deve ser reforçada à custa de outras. Para tentar conter a crise que ameaça a Europa, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, voltaram a falar por telefone nesta terça-feira.

No domingo, 30, o governo russo negou qualquer ameaça à Ucrânia e afirmou que deseja ter relações baseadas no “respeito mútuo” com os Estados Unidos. “Queremos relações boas, equitativas, de respeito mútuo com os Estados Unidos, como com todos os países do mundo”, declarou Serguei Lavrov. “Aprendemos com uma experiência amarga, não queremos permanecer em uma posição na qual nossa segurança seja violada diariamente”, insistiu, a respeito da possibilidade de a Ucrânia aderir à Otan. Lavrov também afirmou que Moscou continuará buscando “garantias, que não são apenas compromissos políticos no papel, mas também garantias juridicamente vinculantes” que levem em consideração os “interesses legítimos” da Rússia. Ele disse que o governo russo enviará em breve aos países da Otan e OSCE “um pedido oficial que os insta a especificar como planejam implementar seu compromisso de não reforçar sua segurança em detrimento da segurança dos outros”. O ministro já havia afirmado que a Rússia não quer a guerra e prefere a “via diplomática”. Apesar das declarações, a Rússia advertiu que, caso suas demandas não sejam atendidas, ordenaria represálias, sem detalhar de que tipo.

*Com informações do Estadão Conteúdo e da AFP

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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