Como tem acontecido no Brasil, é praxe a Fifa fazer ao governo do país-sede do Mundial recomendações que culminam com a criação de uma Lei Geral da Copa.
Pouco tempo antes do início da Copa da África do Sul, no ano passado, greves em setores como construção civil e transportes ameaçaram a realização do evento.
O protesto dos trabalhadores, que paralisou obras em estádios da Copa, reivindicava melhores salários em um momento em que muito dinheiro público era aplicado na organização do Mundial.
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O governo da África do Sul usou as punições impostas pela Fifa como argumento para negociar com os sindicatos.
Disse aos rebeldes que teria de pagar à Fifa indenizações muito caras, caso os protestos durassem até o período de disputa da Copa.
A intenção do governo da África do Sul era sensibilizar os grevistas. O discurso era que, se os trabalhadores continuassem protestando, o dinheiro que poderia ir
para eles em um reajuste salarial seria destinado à Fifa.
E que, se o governo não precisasse gastar com pagamentos desnecessários à Fifa, poderia negociar um aumento para a classe operária.
A reportagem apurou que, no ano passado, a Fifa não precisou aplicar multas ao governo sul-africano por não cumprir os acordos previstos para que o país recebesse a Copa do Mundo.
F.COM