O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), divulgou nota nesta sexta-feira afirmando que a bancada continua defendendo o afastamento temporário do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do cargo. Ele afirmou que a divulgação das gravações da Polícia Federal que indicariam que Sarney negociou a contratação do namorado da neta é “grave, porque há indícios concretos da associação do peemedebista com atos secretos”.
Mercadante disse que o Conselho de Ética tem que apurar com rigor todas as acusações. “É grave essa nova denúncia porque há indícios concretos da associação do presidente Sarney em ato secreto de nomeação do namorado de sua neta. O Conselho de Ética terá que investigar com rigor a possibilidade de participação direta do senador Sarney na promulgação de ato secreto”, afirmou.
O líder do PT disse que a bancada apoia a proposta dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) de antecipar para a próxima semana a reunião do colegiado para discutir a situação de Sarney, se estiver de acordo com o regimento.
“A bancada do PT não se opõe à antecipação da reunião do Conselho de Ética, desde que asseguradas as exigências regimentais e a concordância e a disponibilidade de seus integrantes em período de recesso”, disse.
Na avaliação de Mercadante, o afastamento de Sarney ajudaria o Senado a contornar a crise que atinge a imagem da instituição. “A bancada reafirma a sua posição de que o melhor caminho seria o pedido de licença da presidência da Casa por parte do senador José Sarney”, disse.
Segundo assessores do Conselho de Ética, o regimento do Senado só permite que as comissões e o conselho funcionem durante o recesso parlamentar se houver uma convocação extraordinária, que precisa ser solicitada e oficializada por Sarney.
O colegiado vai investigar quatro denúncias do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) e uma representação do PSOL contra Sarney. Duque, como presidente do colegiado, tem autonomia para arquivar sumariamente as acusações.
O presidente da Casa foi denunciado por causa de seu envolvimento com os atos secretos, pela suspeita de que teria interferido a favor de um neto que intermediava operações de crédito consignado para servidores do Senado e também pela suspeita de ter usado o cargo para interferir a favor da fundação que leva seu nome.
F.Online