Principal partido de oposição ao governo Lula, o PSDB tem dificuldade para formar palanques estaduais que deem sustentação em 2010 a seu candidato à Presidência da República, José Serra ou Aécio Neves.
Das 27 unidades da Federação, em apenas 10 os tucanos têm candidatos naturais aos governos. Nas demais, ou eles dependem de coligações, seja com o aliado DEM ou até mesmo com agremiações adversárias no cenário federal, ou veem os diretórios regionais divididos em relação ao nome de quem deve ser candidato.
“De fato, temos problemas em alguns Estados”, admite o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE). “Mas somos muito fortes em São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais”, afirma.
O secretário-geral tucano, deputado Rodrigo de Castro (MG), lembra que a legenda sentiu falta de palanques regionais na campanha de Geraldo Alckmin, em 2006. “Foi um dos motivos da nossa derrota.”
O maior problema do PSDB é no Norte e no Nordeste, principalmente após a cassação de Cássio Cunha Lima (PB), único governador tucano na região, por abuso de poder econômico.
No Nordeste, só no Ceará o PSDB detém o maior número de prefeituras. Mesmo assim, os aliados PT-PMDB-PSB dominam juntos 70 prefeituras, segundo o resultado das eleições de 2008. Na região Norte, apesar de administrar Roraima, o PSDB tem situação ainda mais precária. No Amazonas, só quatro municípios são comandados por tucanos, o que deve dificultar a reeleição do senador Arthur Virgílio.
Caciques do partido começam, antes mesmo de definir o candidato presidencial, a articular palanques estratégicos no máximo de Estados possíveis.
“A filosofia é montar um palanque em cada Estado com candidatos que unam viabilidade e fidelidade. Não podemos ter palanques duplos e queremos evitar dar apoio a governadores que apoiarão o candidato do presidente Lula”, diz Castro.