OPSDB pediu a convocação do ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, à Comissão Representativa do Congresso Nacional para esclarecer denúncias publicadas pela mídia de que o Executivo estaria interferindo na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados.
Em nota divulgada pelo principal partido de oposição, o deputado Carlos Sampaio (SP), que também é coordenador político da legenda, disse que as informações de que Vargas teria oferecido cargos para parlamentares votarem no candidato do PT à presidência da Casa, Arlindo Chinaglia (SP), implicam crime de corrupção ativa.
"As informações até aqui disponíveis revelam que o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, prometeu vantagem indevida a parlamentares para votarem em favor da candidatura do deputado Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara dos Deputados", afirma a nota.
"Com esse proceder, a lisura do processo de eleição do Presidente da Câmara está maculada pela forma imoral e ilegal de atuação do Poder Executivo."
A convocação do ministro pela Comissão Representativa do Congresso, que representa o Parlamento no período de recesso, tem, de acordo com Sampaio, o objetivo de "obter esclarecimentos dos fatos, especialmente para garantir a lisura do processo de eleição do presidente da Câmara dos Deputados".
"Não podemos conceber que a legislatura do período 2015/2019 se inicie sob suspeição, notadamente por meio do já useiro e veseiro proceder do governo dos Partidos dos Trabalhadores, cooptando parlamentares mediante entrega de vantagens", afirma a nota, assinada por Sampaio.
Além de Chinaglia, estão na disputa pela presidência da Câmara o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), que apesar de liderar a bancada do maior partido da base governista é tido como desafeto do Palácio do Planalto; e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que tem o apoio do PSDB.
O PSB, que já foi da base aliada, lançou candidatura própria à Presidência da República no ano passado e agora está na oposição ao governo Dilma no Congresso.
Em café da manhã com jornalistas nesta terça-feira, Vargas negou que o Executivo esteja buscando influenciar a disputa pela presidência da Câmara em favor de Chinaglia e disse que não procede a informação de que estaria oferecendo cargos em troca de apoio ao petista.
(Por Eduardo Simões)