quinta-feira, 07/11/2024
InícioPolíticaPSDB deve ao País uma "Carta aos Brasileiros", afirma Bernardo

PSDB deve ao País uma “Carta aos Brasileiros”, afirma Bernardo

Escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o time de defesa da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que o PSDB deveria apresentar uma Carta ao Povo Brasileiro na campanha, como fez o PT em 2002. No contra-ataque aos tucanos depois que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que Dilma, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, “não inspira confiança” e é “reflexo de um líder”, Bernardo evocou o documento petista para sustentar que quem ameaça dar um “cavalo de pau” na economia é o PSDB.

“É importante que o PSDB apresente uma Carta ao Povo Brasileiro para a gente ter certeza do que os tucanos vão fazer na política econômica”, insistiu o ministro ao Estado. “Quem quiser saber o que a Dilma vai fazer é só olhar o que o Lula fez. Seria um tiro no pé alguém do PT dizer agora que vai fazer algo diferente. Quantos aos tucanos, ninguém sabe.”

A escalada no confronto entre o PSDB e o PT ganhou força no domingo, a partir de artigo de Fernando Henrique no Estado, no qual ele assinalou que eleições não se ganham com o retrovisor. “Mas, se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa”, desafiou.

A reação de Bernardo veio na esteira das críticas ao documento intitulado A Grande Transformação, que reúne as diretrizes do programa de governo de Dilma e prega maior presença do Estado na economia, com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito dos bancos públicos.

Ao saber que o texto a ser apresentado no 4º Congresso do PT – de 18 a 20 deste mês, em Brasília – foi interpretado por tucanos como uma iniciativa para revogar a Carta ao Povo Brasileiro, Bernardo devolveu as estocadas. Na carta de 2002, o PT – que hoje completa 30 anos – deu uma guinada ao centro: defendeu com todas as letras o respeito aos contratos e até o superávit primário. Foi uma inflexão na campanha de Lula, para não afugentar investidores.

Dono de língua afiada, Bernardo disse que quem precisa acalmar o mercado, agora, é o PSDB. Citou a entrevista à revista Veja do senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, para destacar que o partido do governador José Serra – provável adversário de Dilma – “cada hora fala uma coisa”. Há um mês, Guerra observou que, se o PSDB voltar ao poder, vai “mexer na taxa de juros, no câmbio e nas metas de inflação”, além de acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“O PSDB passou sete anos dizendo que nós havíamos mantido a política econômica do governo FHC. Agora, vem um tucanão de bico longo e fala que vai mudar as coisas. Isso exige um esclarecimento”, provocou Bernardo. No seu diagnóstico, a plataforma de Dilma não tem nada de estatizante. “As estatais e os bancos públicos já estão fortalecidos, a Petrobrás também e a Eletrobrás vem sendo redesenhada para ser mais competitiva. Por que o mercado se assustaria? perguntou.

Clique AQUI, entre na comunidade de WhatsApp do Altnotícias e receba notícias em tempo real. Siga-nos nas nossas redes sociais!
Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
RELATED ARTICLES

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Please enter your comment!
Digite seu nome aqui

- Publicidade -

Mais Visitadas

Comentários Recentes