sexta-feira, 20/09/2024
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Protestos por novo governo aumentam na Tunísia; professores cancelam volta às aulas

Manifestantes intensificaram os protestos desde a noite de domingo na Tunísia, exigindo a saída de todos os membros do atual governo interino do poder. Nesta segunda, professores em todo o país cancelaram a volta às aulas e convocaram greve nacional, aumentando a pressão popular por uma nova administração.

Determinados a continuar as manifestações até que o premiê Mohammed Ghanouchi abandone o comando do país e convoque novas eleições, os manifestantes voltaram a lançar pedras e garrafas em frente à sede do governo, entrando em choque com a polícia.

As forças de segurança, criticadas durante os protestos que derrubaram o ex-ditador Zine el Abidine Ben Ali, entraram em confronto com a população usando bombas de gás lacrimogêneo.

A tensão é grande na esplanada de Kasbah, próxima da sede do governo, que é vigiada pelos militares.

Os manifestantes da Revolução do Jasmim exigem a queda do governo provisório, que tem a presença de muitos integrantes do antigo regime ditatorial de Ben Ali.

Ainda na semana passada os manifestantes invadiram a sede do partido ao qual Ben Ali pertencia, o RDC, que acabou sendo dissolvido.

GREVE

Na manhã desta segunda-feira professores de todo o país convocaram uma greve nacional aumentando a pressão pela queda do governo interino.

A greve por tempo ilimitado tem adesão na maioria das regiões do país, anunciou Nabil Haouachi, membro do sindicato nacional do ensino primário, no dia em que teoricamente as aulas interrompidas pela “Revolução do Jasmim” deveriam ser retomadas.

“Ainda não temos a imagem completa da situação, mas ao que parece a greve é acatada em Medenin, Tatuin (sudeste), Mahdia (centro-leste) e Kasserine (centro-oeste)”, declarou Haouachi.

RESISTÊNCIA

Ainda na noite de domingo os manifestantes indicaram que os protestos devem continuar com forte adesão durante toda esta semana.

Milhares de manifestantes sindicalistas, opositores de esquerda, islamitas, cidadãos comuns, mulheres e crianças haviam sitiado durante todo o dia o palácio de Kasbah, no centro da capital, onde despacha o primeiro-ministro, Mohamed Ghanuchi.

Ao cair da noite, às 20h locais (17h de Brasília), hora do início do toque de recolher, centenas permaneciam, com evidentes intenções de ficar, na praça em frente ao gabinete do premiê.

“Não deixaremos a praça até que o governo saia”, declarou Mizar, um estudante de Túnis, originário de Sidi Buzid (centro-oeste).

As autoridades anunciaram no domingo a detenção e a prisão domiciliar de dois dos mais próximos colaboradores de Ben Ali, o presidente do Senado e ex-ministro do Interior Abdallah Kallel, e seu conselheiro especial e ex-porta-voz da Presidência, Abdelaziz Ben Dhia.

Outro assessor do antigo regime, Abdel Wahab Abdallah, que exercia grande controle sobre a informação, é procurado, segundo a agência oficial TAP.

Já Larbi Nastra, dono da emissora privada de televisão Hannibal, foi detido por “alta traição e complô contra a segurança do Estado por ter querido favorecer o retorno do ex-ditador Ben Ali”, segundo uma fonte oficial citada pela TAP. O canal foi fechado e suas transmissões interrompidas.

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Parmenas Alt
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