O protesto dos servidores públicos estaduais e federais contra a aprovação pelo Congresso Nacional da reforma da previdência social idealizada pelo presidente da República Michel Temer (PMDB) vai afetar diretamente o andamento de processos criminais do Judiciário nesta quarta-feira (15).
Isso porque réus em ações penais não conseguirão receber escoltas de agentes da segurança pública para deixarem a cadeia. Um dos exemplos disso é o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) que tinha depoimento programado para a tarde desta quarta-feira (15) na sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Os agentes do sistema prisional aderiram a paralisação, o que impossibilita Silval Barbosa sair do Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) devidamente amparado para prestar esclarecimentos aos promotores de Justiça. Réu em ações penais decorrentes da Operação Sodoma da Polícia Civil, o ex-governador ainda é investigado por suspeitas de irregularidades na autorização de pagamentos de precatórios durante sua gestão.
Outro que está detido e está impossibilidade de deixar a cadeia para prestar depoimento é o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel (sem partido).
Com cinco mandados de prisão preventiva e uma condenação de 18 anos de prisão em regime fechado, João Emanuel deveria comparecer a 7ª Vara Criminal de Cuiabá para prestar depoimento em uma ação penal da Operação Aprendiz, que o acusa de corrupção enquanto exerceu a presidência da Câmara Municipal de Cuiabá.
Por conta da paralisação dos servidores públicos em protesto a reforma da previdência, também não haverá atendimento aos oficiais de Justiça e advogados, recebimento de presos de outros estados, visitas familiares, desinstalação ou manutenção de tornozeleira eletrônica, atividades nas quadras, igrejas, escolas e cantinas que estão dentro das unidades prisionais.
Os únicos serviços mantidos pelo Judiciário nesta terça-feira são alvará de soltura, entrega da alimentação fornecida pelo Estado, entrega de medicação de uso contínuo, atendimento à audiência admonitória e de Júri popular (desde que o preso seja réu), banho de sol, colocação de tornozeleira eletrônica, escolta para velório, segurança reforçada na ronda, guarita e vigilância e revista nas celas, mas apenas em casos suspeitos.
O plantão das unidades prisionais funcionará normalmente, mas estará dedicado somente a segurança. Os demais agentes prisionais permanecerão em frente aos seus postos de trabalho. Um grande protesto unindo servidores públicos estaduais e federais é aguardado para as 15h na Praça Ipiranga, localizada no Centro de Cuiabá.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:GazetaDigital