A ideia era transformar corpos em árvores
Imagine um mundo onde a morte não é um tema assustador e proibido, mas sim uma oportunidade de renascimento e conexão com a natureza.
Era uma noite escura e chuvosa, quando Anna Citelli e Raol Bretzel, dois designers italianos, tiveram uma ideia arrepiante: eternizar os corpos de quem se foi de uma forma diferente, através do projeto Capsula Mundi.
O coração de quem ouve essa história dispara, curioso para saber o que vem a seguir. A ideia era transformar corpos em árvores, dando nova vida às pessoas que partiram.
Um bioplástico biodegradável, em forma de ovo, serviria como receptáculo para os corpos, enterrados em posição fetal, como se fossem sementes. E em cima desse “ovo”, uma árvore jovem seria plantada, crescendo nutrida pelos nutrientes da decomposição.
PROBLEMAS COM A LEGISLAÇÃO
Era como se o céu se abrisse, revelando uma alternativa sustentável aos caixões de madeira. Mas há um porém: o projeto não foi ainda legalizado em nenhum país. Isso, porém, não impediu que ganhasse cada vez mais atenção e apoio, desde sua primeira aparição em 2013.
Enquanto isso, em outra parte do mundo, cientistas observavam as plantas de uma maneira inédita. Eles descobriram que árvores podem ajudar na busca por corpos desaparecidos, ao detectar as “ilhas de decomposição de cadáveres” através das mudanças no solo e folhas.
Neal Stewart Junior, professor de Ciências das Plantas da Universidade do Tennessee, compartilhou seu plano: testar essa nova técnica na fazenda de corpos da universidade. Com isso, eles poderiam observar as mudanças em decomposição e buscar maneiras de identificar especificamente corpos humanos, e não de outros animais.
A ideia soa como algo saído de um livro de suspense, mas pode ser a chave para tornar a busca e recuperação de corpos mais eficiente em áreas florestadas. Stewart pensa em usar drones para coletar dados e identificar os melhores locais para enviar equipes de busca, semelhante a uma “luz de verificação do motor”.
Capsula Mundi e a pesquisa sobre decomposição e plantas têm algo em comum: ambos desafiam nossa perspectiva sobre a morte e nos fazem repensar nossa relação com a natureza. Essas iniciativas podem mudar para sempre a maneira como lidamos com o fim da vida e a busca por desaparecidos.
Quem sabe, a Capsula Mundi possa se tornar uma opção legal e ambientalmente responsável para honrar nossos entes queridos, transformando a morte em um ciclo sagrado e eterno da vida.
Fonte: Mistérios do Mundo