quinta-feira, 21/11/2024
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Projeto Piloto fortalece combate às queimadas em Mato Grosso

Um projeto piloto criado pelo Governo do Estado delibera ações para combater as queimadas em todo o Estado. Nos próximos dias 80 homens do Exército Brasileiro e mais 300 brigadistas cedidos pelo Governo Federal, via IBAMA, vão fortalecer o trabalho. O Ministério Público Estadual (MPE), que também está envolvido, já prendeu 10 pessoas após fiscalização. Elas são do município de Itaúpa, Matupá, Cuiabá e Colíder. “O MPE será rigoroso nesses casos, nada de cestas básicas como pagamento”, revelou o procurador geral de justiça, Paulo Prado.

Os 300 brigadistas estarão atuando nos Parques Federais existentes em Mato Grosso, mas em caso de emergência atenderão em outras áreas. O trabalho é intermediado pela Casa Civil junto à Brigada do Exército. Entre os soldados, 25 índios da etnia Umutina reforçarão as ações nos 45 Parques Estaduais, três estão situados na Capital e os 42 estão espalhados em diferentes regiões de Mato Grosso. “O Estado sempre desenvolveu ações, mas eram isoladas e pontuais. Este ano elas estão acontecendo de maneira integrada porque os resultados são mais eficazes. Uma sala (Sala de Situação) foi criada para o projeto piloto afim de fiscalizar, monitorar e levantar informações. Os diagnósticos servirão de base para ações em todo o Estado”, pontuou Eumar Novacki, secretário-chefe da Casa Civil.

A Sala de Situação, localizada no Parque Massiro Okamura, não vai combater o incêndio mas sim deliberar ações no Estado. Diariamente o Estado recebe informações relativas aos focos de queimadas de todo o território mato-grossense, sobe orientações de técnicos da Sema, do MT Regional, da Polícia Militar, do Bombeiros, Seplan e Sedtur. Segundo o coronel Orestes Teodoro de Oliveira, secretário-chefe da Casa Militar, o governo do Estado já autorizou recursos para aquisição de equipamentos, que contribuirão no enfrentamento do combate às queimadas. Sendo, 150 abafadores, 50 bombas costais flexíveis com capacidade de 20 litros, dois veículos microônibus, máquinas fotográficas e outros.

Atualmente três carros pipas são usados no combate ao fogo nos parques estaduais de Cuiabá, o Zé Bolo Flô, Massairo Okamura e Mãe Bonifácia. Futuramente a idéia é ter pelo menos um carro pipa para cada parque estadual. Equipes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente também desempenham trabalho in loco, para orientar e capacitar pessoas nos municípios. Esta semana um grupo percorreu as cidades de Cáceres e Tangará da Serra. Na próxima segunda-feira vão para Nova Ubiratã e Sorriso. E no dia 26 de agosto em Diamantino. “Todas as ações não são suficientes 100%. A efetividade do trabalho depende do engajamento de todos, da sociedade em geral, não só do Governo do Estado”, frisou o coronel Orestes.

Em parceria com a FUNAI e IBAMA o governo do Estado também criou este ano, a brigada indígena. Pioneira na região, o treinamento envolve conscientização ambiental, primeiros socorros, combate e prevenção a queimadas e treinamento de resgate. É desenvolvido na Aldeia Piaraçu, em São José do Xingu e a equipe já está atuando. Segundo João Rainho Júnior, coordenador de articulação operacional de campo, é preciso que todos sejam conscientes e façam sua parte. “É preciso fazer acero de cerca. Os proprietários rurais precisam estar atentos principalmente nesse período proibitivo (15 de julho a 15 de setembro) e assim disponibilizar funcionário para fazerem o combate no primeiro momento e ainda é necessário que façam o acero na beira da estrada. Isso está na Lei ambiental 9.605 de fevereiro de 1998. É só cumprir a Lei”, lembrou Rainho. Segudo ele as margens das rodovias também precisam ser cuidadas. “Nesta época do ano o período é crítico, muito seco, qualquer faísca vira incêndio. Borra de lona de freio incandescente, peça super aquecida de carretas, palito de fósforo ou bitucas de cigarros ocasionam incêndios nas estradas”, declarou.

REDUÇÃO DAS QUEIMADAS – o Governo do Estado lançou recentemente um desafio aos municípios para reduzirem em 50% os índices de focos em relação ao ano de 2006. Em contrapartida vai premiar aqueles que cumprirem a meta construindo uma praça ou ginásio de esportes. A obra está estimada em cerca de R$ 250 mil e já está no orçamento do Estado. Os números de focos de incêndio revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) ainda não tranqüilizam a equipe de governo, mesmo que Mato Grosso já tenha reduzido consideravelmente os números. A avaliação tomou como base o período de janeiro a agosto. Levando em consideração esses meses no ano de 2006 foram 39.021 focos detectados, 45.698 em 2007 e 15.063 este ano.

No período de 15 de julho a 22 de agosto, os números são: 25.386 em 2006, 26.365 em 2007 e 8.476 em 2008. “O trabalho é árduo, mas permanente. Só no dia 21 de agosto de 2006 foram 1.124. Um ano depois, nesse mesmo dia foram apontados 2.296. No dia 21 de agosto deste ano conseguimos reduzir para 1.813, mas ainda não é satisfatório”, revelou Rainho. Segundo ele, muitos fatores implicam no combate aos focos de calor. O problema cultural é o maior desafio, muitos têm por hábito colocar fogo para limpar o quintal, a lavoura ou o pasto. “É preciso conscientização da população”, reforçou.

O Estado priorizou com medidas repressivas e de orientação quatro municípios entre 10 que estão na lista dos que mais queimaram em 2007 no Estado de Mato Grosso, segundo lista do governo federal. Sendo: Juína, Aripuanã, Sinop e Tapurah. A orientação é para que os proprietários rurais se organizem nas regiões em defesa comunitária, para se ajudarem. Aqueles que se interessarem podem buscar orientações na Sala de Situação, com sede no Parque Massairo Okamura, em Cuiabá. “Além disso, os municípios podem buscar alternativas que visem o enfrentamento no combate as queimadas sob supervisão do Estado. São blitz educativas, passeatas, formação de brigadistas. Todos os órgãos estaduais estão engajados no processo, como a Secretaria de Educação que está distribuindo cartilhas e as disciplinas em sala de aula que enfocam o tema meio ambiente, o Corpo de Bombeiros com a formação dos brigadistas”, orientou o secretário Novacki.
Em Barra do Garças uma equipe de brigadistas está atuando com moto e o município de Cotriguaçú solicitou cursos. O programa do Governo envolve vários órgãos, além do MPE, a polícia militar, a Polícia Judiciária Civil, a PRF, Sema, Seduc, Corpo de Bombeiros, Casa Civil, Casa Militar, Brigada do Exército, PGE e Instituto de Perícia do Turismo.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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