Escolas são lugares onde a violência jamais poderia passar perto. Muito menos fazer parte do seu cotidiano. Mas, não é o que acontece. As brigas, as discussões, o bullying, a falta de diálogo, os socos, os tiros, a depredação, a agressão ao profissional que tenta ensinar outra forma de convivência, tudo está presente no universo escolar. Ainda, agredidos e ameaçados, desmoralizados, com prejuízo moral e medo, muitos alunos desistem de estudar, frente ao temor de perderem as suas próprias vidas, em um local em que deveriam encontrar ambientes favoráveis para aquisição de conhecimento.
“Tudo isso está noticiado, está registrado, está denunciado. A escola virou caso de registro policial e se vê, como outras instituições, em dificuldade para tratar o problema”. A observação em tom de alerta partiu do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR).
Para o enfrentamento dessa violência, ele acaba de apresentar projeto de lei que autoriza o Poder Executivo a criar nas unidades escolares da Secretaria Estadual de Educação um Grupo de Estudos e Ação contra a Violência. “Nosso objetivo é tirar a escola da posição passiva de vítima da violência e colocá-la na posição de instituição que deve se proteger, fortalecer, e atacar esse problema bárbaro”, disse.
Além de criar o Grupo de Estudos contra a Violência, a matéria prevê as verbas para sua execução, dentro do orçamento da Seduc (Secretaria de Estado de Educação), e o apoio direto da comunidade. “Não se enfrenta problemas dessa natureza sem se preparar para isso. A escola pode um pouco e fica mais forte quando tem o apoio da comunidade, E pode um pouco mais quando tem recursos econômicos para produzir suas ações e seus conhecimentos” lembra Sérgio Ricardo.
De acordo com o projeto o Grupo será formado por até dez pessoas, escolhidas por indicação ou votação proporcional entre os representantes dos segmentos da unidade escolar: alunos, pais, educadores docentes, gestores e representantes dos educadores da Seduc. O coordenador do trabalho será escolhido pelo próprio grupo que se reunirá mensalmente e, ou extraordinariamente, quando necessário.
Ele será sediado na própria unidade escolar, tendo espaço próprio e apoio da direção da unidade. A eventual necessidade de verba para a aquisição ou produção de material, bem como a contratação de recursos humanos para palestras e assessorias correrão por conta de verbas próprias disponíveis no orçamento da Secretaria de Estado de Educação.