Na sessão plenária do dia 02 de agosto deste ano, o deputado José Riva (PP) apresentou ao Pleno legislativo, projeto de lei propondo a instituição do “Dia estadual do Teatro” a ser comemorado no Mato Grosso em 27 de agosto. Esta data remete à primeira exibição de teatro profissional no Estado, ocorrido no ano de 1885 com a Companhia Zarzuelas, que veio exibir-se no Teatro São João. A proposta de Riva virou a Lei nº 8.560, publicada no Diário Oficial (D.OE.), edição 24443, de 28 de setembro de 2006.
Conforme o projeto, as comemorações alusivas à data e reconhecimento a classe compreendem a realização de oficinas, concursos, apresentações e outras atividades que objetivem estimular a participação da população no incentivo ao estudo e à produção das artes dramáticas.
O meio de maior influência para a formação da cultura regional se deu através do teatro. Através de representações teatrais, registradas desde o século XVIII, despertou a sensibilidade dos mato-grossenses pelas coisas eruditas e culturais. A história de nosso Estado abundantemente cita festas, fogos, cavalhadas, músicas, recitais de poesia, e principalmente a representação de peças teatrais.
Segundo Carlos Francisco Moura, historiador, Mato Grosso foi a Capitania onde o teatro teve a maior importância social e cultural. Suas pesquisas lavaram-no à conclusão de que em várias fontes de história, de 1727 ao fim do século XVIII, são documentadas nada menos que 80 representações teatrais, enquanto que Galante de Souza registra em todas as demais Capitanias somadas, no mesmo período, 50 representações.
Para o deputado Riva este segmento cultural tem história e precisa ser resgatada. Ele comenta que no Mato Grosso do século XVIII, havia grandes festas, sempre marcando ocasiões especiais. “A chegada e a saída de autoridades coloniais, júbilos de casamento ou nascimento de membros da família real portuguesa, festejos religiosos, regozijo por términos de batalhas, posses de autoridades e tantos outros foram uma tônica histórica que precisa ser resgatada”, disse.
Riva lembra que nessas festividades, cuja trajetória se consolidou graças ao zelo e à preocupação de poucos cronistas que a isso se dedicaram, havia sempre a representação de comédias e tragédias. “Há um valor cultural inestimável. Era a expressão da alegria da gente mato-grossense no primeiro século da conquista destes sertões, e por tanto devemos nos remeter à época e celebrar esta cultura com um dia no calendário mato-grossense para este fim”, argumenta.