Com a vinda de novas empresas para o Estado de Mato Grosso e com o fortalecimento do setor de agronegócio, a geração de emprego e renda em diversos municípios está aumentando gradativamente. Em Várzea Grande, por exemplo, alguns setores comerciais estão sendo estimulados, o que interfere no surgimento de mais vagas no mercado de trabalho. O Sistema Nacional de Empregos (Sine), unidade local, abriu 94 novas vagas em abril, para diversos setores – 4% a mais que no mês anterior. Em março, o órgão totalizou 90 novas contratações.
Estatísticas do cadastro geral de Empregados e Desempregados (Caged) do ministério do Trabalho – divulgadas recentemente pela federação das indústrias do Estado (Fiemt) – apontam uma evolução de 114,99 mil admissões com carteira assinada em Mato Grosso, que passaram de 379,25 mil em 2002, para 494,24 mil registros no ano passado.
Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Barra do Garças e Sorriso aparecem com 51,10 mil contratações – representando 53% de todas as admissões registradas no período de 2002 a 2006. Cuiabá aparece em primeiro lugar, com 20,09 mil contratações, seguido de Várzea Grande, com 9,54 mil. Na seqüência aparecem Rondonópolis (6,59 mil), Sinop (6,22 mil), Tangará (4,18 mil), Barra do Garças (2,9 mil) e Sorriso (2,36 mil).
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Várzea Grande, Adão Larrea, o aumento na geração de emprego no município deu-se em função da criação do programa de incentivo fiscal para novos empreendimentos e para empresas que desejam ampliar o ramo de atuação.
“Estamos atraindo para o município novas empresas com sede em grandes capitais do Brasil. Queremos que novas indústrias montem unidade em nosso município, possibilitando um aumento maior no número de empregos diretos, principalmente a população da cidade”, destacou o secretário – lembrando que o Programa Desenvolvimento Econômico (Prodevag), está em vigor desde o final do ano passado no município.
“Em que pese às dificuldades enfrentadas pela maioria das cidades de Mato Grosso, Várzea Grande tem conseguido buscar atrativos para o desenvolvimento econômico, e com isso tentar amenizar a problemática no que tange a geração de emprego e renda”, destacou o prefeito Murilo Domingos, comemorando os resultados alcançados com a criação do programa de isenção fiscal.
De acordo com o prefeito, o município tem interesse em abrigar indústrias de grande porte e que toda administração tem mantém este propósito. “Queremos, além de resgatar o título de cidade industrial, possibilitar que a população tenha saúde e educação de boa qualidade e, acima de tudo emprego e cidadania para a nossa população”, completou.
BENEFICIADA – A Indústria de Embalagens Plásticas Videplast foi à primeira empresa a ser beneficiada com a isenção fiscal oferecida pelo poder público de Várzea Grande. Entre reforma do prédio e maquinário, a empresa investiu cerca de R$ 1,2 milhão, gerando cem empregos diretos. Localização estratégica, boa logística, além da isenção de taxas municipais, foram os requisitos na escolha do município de Várzea Grande para sediar a quarta filial da fábrica de embalagens de plástico. A matriz da indústria está localizada em Santa Catarina, onde possui, ainda, uma filial. A terceira unidade está edificada no Rio Verde (GO).
INTERESSADAS – O Grupo Martins & Martins, que ostenta no Brasil o título de maior atacadista especializado em distribuição, manifestou interesse em montar uma filial em Várzea Grande. Dois barracões, instalados na Rodovia dos Imigrantes, saída para o norte do Estado, já foram observados por representantes da empresa. Com sede em Uberlândia – Minas Gerais, a empresa – que atua no mercado há 35 anos – atualmente conta com 4,8 mil funcionários e fatura anualmente R$ 3,4 bilhões.
Várzea Grande também está sendo cotada para abrigar a primeira sede brasileira de uma unidade industrial do Grupo Rousselot, líder do mercado mundial de gelatina bovina. A confirmação depende do resultado da avaliação que a empresa está fazendo em cinco estados do Brasil, na qual Mato Grosso se apresenta como um forte candidato. Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Pará também fazem parte da seleção. A Rousselot é de origem francesa, mas pertence ao grupo VION, da Holanda. A empresa prevê investimentos de US$ 10 a 15 milhões em obras e equipamentos.
Diretores da indústria Nova Jeans Confecções Comércio de Roupas Ltda. – com sede na cidade de Macatuba, a 290 quilômetros de São Paulo – também estão discutindo com a equipe técnica da secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico, a possibilidade de montar uma empresa do gênero no município. Com quadro de mil funcionários, a indústria paulista produz atualmente 200 mil calças jeans ao mês, tendo como clientes as lojas C&A, Riachuelo, Renner, Marisa e até segmentos de multimarcas como a Daslu. Para uma unidade em Várzea Grande, a diretoria da empresa, prevê no espaço de um ano, a geração de 500 empregos diretos, sendo 90% da mão de obra local.