Professores das escolas públicas de Cuiabá suspenderam as aulas a partir desta quinta-feira (22), como forma de protesto para reivindicar reajuste salarial. A categoria cobra aumento salarial de 10,9% e a greve deverá seguir por tempo indeterminado, segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso, subsede Cuiabá (Sintep).
O presidente da instituição, João Custódio da Silva, declarou que a decisão foi tomada em assembleia geral dos profissionais da educação, no último dia 14, quando foi rejeitada a proposta da Prefeitura Municipal de reajuste. “Nós queremos o aumento e não vamos abrir mão disso. Nossa pauta é especificamente para a reposição. No mês de julho a prefeitura nos concedeu o reajuste de 6,97%, mas vamos lutar pelos 4%, restantes”, pontuou.
O prefeito Mauro Mendes ressalta que a prefeitura já concedeu a todos os profissionais da rede municipal de ensino 5,8% de ganho real de salários este ano – nos meses de fevereiro e março – e mais 6,97% de reposição, no mês de julho. “Na verdade os reajustes concedidos aos profissionais da Educação este ano totalizam 12,77%, contra 4,9% concedidos em 2012. E no ano passado eles [professores] não fizeram greve”, destacou.
De acordo com o Sintep, Cuiabá conta atualmente com 84 escolas e 48 creches. São mais de 50 mil estudantes da rede municipal de ensino e 7,6 mil servidores entre professores e técnicos. O presidente João Custódio informou que 70% das escolas já confirmaram a paralisação a partir desta quinta.
O salário do professor de nível médio ou de um técnico é de R$ 1.134. Já o professor de nível superior recebe o valor de R$ 1.614. A categoria pretende realizar um ato público na Praça Alencastro, no Centro da capital, a partir das 14h30, com o objetivo de protestar também por melhorias na infraestrutura das escolas, como também as licenças prêmios.
Quanto a situação, o prefeito admite que muitas escolas estão em situação precária e garante que está tentando sanar os problemas. “As condições das escolas são ruins. Quando assumi a gestão mais da metade das escolas choviam dentro. Mas em três ou quatro meses de governo não dá para resolver tudo. Tem escola de 30 anos que ainda não foi reformada”, observou.
Rede estadual
Os professores das escolas públicas do estado também estão em greve há 11 dias. Em Mato Grosso, há 36 mil profissionais da educação e cerca de 430 mil alunos. A classe reivindica quatro pautas principais para realização de acordo. São elas: o reajuste salarial em 10,41%; inclusão da hora atividade para professores contratados; melhoria na estrutura das escolas; e a posse dos classificados no concurso de 2010. Esta é a segunda paralisação dos professores este ano no estado, já que em abril houve uma greve por reajuste salarial. Uma assembleia geral da categoria está agendada para o dia 26 de agosto.
G1-MT
Kelly Martins