Representantes da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) estiveram em Brasília ontem para discutir o processo de renegociação do endividamento privado e das parcelas de investimentos dos programas financiados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
O presidente da Aprosoja, Rui Prado, e o presidente da Famato e deputado federal, Homero Pereira, se reuniram com o assessor para Assuntos da Agricultura do Ministério da Fazenda, Gerardo Fontelles, para discutir o assunto.
A expectativa é de que na próxima semana seja realizada uma última reunião para que até o fim de fevereiro a Medida Provisória que regulamenta o fundo de aval e refinanciamento dos débitos privados através do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT-Giro Rural) seja publicada.
“Esperamos que as contratações comecem logo. A única pendência é exigência de 100% de garantia do produtor pelo Banco do Brasil. Nossa sugestão é que o produtor complemente o que faltar no fundo de aval”, explicou Prado.
Em relação às dívidas de investimento, as lideranças reiteraram o pedido de renegociação feito no ano passado.
Eles também participaram da primeira reunião da Comissão Nacional de Grãos da Confederação Nacional de Agricultura (CNA). A entidade nacional também vai atuar no processo de negociação das parcelas que começaram a vencer no início deste ano.
LEILÕES – Prado também esteve na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para reforçar o pedido de novos leilões para sustentação dos preços da soja (Pepro e Prop).
O órgão prometeu divulgar na próxima quarta-feira o edital com regulamentação para os próximos leilões já com uma nova regra: a comprovação da operação poderá ser feita pelo preço mínimo.
“Estamos pedindo a retroatividade dessa nova regra. A Conab disse que o pedido passa por uma análise jurídica e prometeu dar uma resposta ainda esta semana”, disse Prado.
Durante a viagem a Brasília os produtores tiveram a oportunidade de conhecer o modelo indiano para a fabricação de agroquímicos durante palestra na CNA realizada ontem.
“Os indianos estão interessados em instalar indústrias no Brasil e nós temos interesses nessa cooperação para aumentar a concorrência e consequentemente reduzir os custos desses insumos”, informou Rui Prado.
A palestra foi proferida por Shunmunam Ganesan, engenheiro agrônomo e especialista em Direito Ambiental e membro do Conselho Ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU).
DC