Produtores de leite de Votuporanga, no noroeste de São Paulo, suspenderam a entrega de leite à Parmalat. Eles reclamam que estão há dois meses sem receber.
Depois de seis anos, o produtor rural Edinei Gabaldi não vê outra alternativa a não ser vender todo o rebanho de leite e abandonar a atividade. O prejuízo dele chega a R$ 13 mil. “Foi feita a negociação com o banco antes. A gente vinha com esse compromisso. Agora, já estamos há dois meses sem receber. Ficou difícil. Os bancos já começam a querer executar a gente. Então, eu acho que a melhor saída é parar. Vender o gado, pagar as dívidas e parar”, disse.
O prejuízo do criador José Marcos Contin é ainda maior. Chega a R$ 20 mil. Durante dois anos, o produtor entregou leite para a multinacional Parmalat, que tem uma unidade em Votuporanga. Mas por conta dos atrasos dos pagamentos ele resolveu suspender o fornecimento. “A gente fica com medo de continuar entregando e não receber mais. Por isso, estamos tomando a iniciativa de parar de entregar. A gente tem dívidas a pagar. Tem muita despesa em cima”, justificou.
O atraso nos pagamentos vem desde outubro de 2009 e prejudica produtores de leite das regiões de Votuporanga, Fernandópolis e Jales. Na época, segundo eles, o laticínio pagou apenas 30% do fornecimento feito no mês.
Em Turmalina são cerca de dez produtores de leite que estão há quase três meses sem receber do laticínio. Eles já procuraram a empresa diversas vezes. Mas a resposta é sempre a mesma: não há previsão de pagamento. Então, os produtores decidiram procurar a Justiça.
“Informação deles é que vão pagar, mas não sabem nem quando nem como. Só a Justiça mesmo é que poderá resolver”, concluiu o criador Valdecir Garcia.
Globo Rural