A indústria paulista mais uma vez “puxou” o crescimento da produção industrial brasileira. O maior parque industrial do país cresceu entre abril e maio na mesma taxa da média da indústria (1,3%). Trata-se do quarto mês seguido de crescimento da indústria paulista, período em que acumula alta de 4,1%.
Segundo André Macedo, da Coordenação de Indústria do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a indústria paulista concentra a maior parte dos segmentos de bens de capitais, que são o grande destaque da produção brasileira neste ano com expansão de dois dígitos.
As maiores contribuições vieram de máquinas e equipamentos e material de informática nos quais se destacam os centros de usinagem, computadores e máquinas agrícolas. Em sentido contrário, as maiores pressões negativas vieram de materiais elétricos (-9,3%), veículos automotores (-2,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (-3,3%).
“São Paulo, que detém o maior peso, exemplifica muito o que acontece no país. É uma leitura positiva por diversos cortes”, afirmou.
Em relação a maio do ano passado o desempenho de São Paulo também foi determinante para o crescimento de 4,9% da indústria brasileira. A indústria paulista apurou alta 3,2% nessa base de comparação. No ano, a expansão da indústria de São Paulo chega a 3,4%.
Ao todo, a produção cresceu em dez das 14 regiões na comparação dessazonalizada. Já em relação a maio do ano passado apenas Goiás (-0,2%) e Amazonas (-1,9%) apresentaram recuo.
Nos cinco primeiros meses do ano, 11 das 14 regiões mostraram crescimento da produção. Os maiores avanços percentuais ficaram com Rio Grande do Sul (8,8%), Paraná (8,1%) e Minas Gerais (7,2%).
Segundo Macedo, apesar de ainda sofrer com a perda de competitividade fruto do câmbio nos setores calçadista, vestuário e madeira, os Estados da região Sul mostram recuperação nos setores de bens de capital agrícola e automobilístico.
Já Minas Gerais se beneficia do setor extrativo, que apresenta crescimento de 8,0% até maio, sobretudo na área de minério de ferro. Outras influências positivas vêm da indústria de transformação (7,1%) e veículos automotores (17,2%).
Por outro lado, o Amazonas apresenta a maior queda no acumulado do ano (-1,2%). O segmento de material eletrônico e equipamentos de comunicações, que pesa cerca de 40% da estrutura da indústria do Estado, apresenta os piores resultados (-31,4%). A Bahia recua 0,2% no acumulado do ano influenciada negativamente pelo refino de petróleo (-5,0%) e pelo setor de celulose e papel (-10,3%).
FO