O Procurador da República no Distrito Federal Gustavo Pessanha Velloso encaminhou ao Ministério Público Federal (MPF) denúncia contra 33 pessoas investigadas pela Operação Vampiro, que detectou o envolvimento de empresários e funcionários do Ministério da Saúde na compra superfaturada de medicamentos hemoderivados, usados para coagulação de sangue.
O procurador denunciou o ex-Ministro da Saúde Humberto Costa por formação de quadrilha e corrupção passiva e o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Delúbio Soares por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “O esquema de corrupção funcionava no Ministério da Saúde, há muito tempo, especialmente a partir de 1998”, afirmou Velloso. “Com a mudança de governo em 2003, houve alteração de alguns personagens.”
Velloso disse que “os indícios colhidos pela Polícia Federal e Ministério Público Federal indicam que Humberto Costa dava respaldo aos atos de corrupção praticados por servidores a ele vinculados e tinha absoluta consciência disso, aderindo a esse intento criminoso”. O ex-ministro “não aparece como destinatário de dinheiro”, afirma Velloso, e sim Delúbio Soares, que “comprovadamente era um dos destinatários”. O procurador afirma que “não há como dizer” se o dinheiro que o ex-tesoureiro recebia era para o PT.
O ex-Ministro Humberto Costa, ao tomar conhecimento da entrevista coletiva do procurador, afirmou-se indignado com as declarações e disse que está “examinando a possibilidade de fazer representação no Conselho Nacional de Justiça” contra elas. Declarou que “não há nenhum elemento” que o incrimine e entende e agora vai “ter a primeira oportunidade” de se defender. Humberto Costa falou durante carreata em Pernambuco, onde é candidato ao governador.
AB