O governo argentino informou que reforçou o controle sanitário na fronteira com a Bolívia devido ao aparecimento de um foco de febre aftosa em território boliviano. A Argentina, terceiro exportador mundial de carne bovina, teve um foco de aftosa em 2006, que prejudicou as vendas do país para alguns mercados. “Nas áreas fronteiriças do nosso país foram adotadas medidas de controle e prevenção necessárias para evitar a entrada de agentes capazes de trazer doenças vesiculares exóticas e de alto risco”, informou o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar argentino.
Na véspera, o governo boliviano informou ter detectado um foco no departamento de Santa Cruz. Como medida preventiva, a Argentina também suspendeu a importação de produtos bolivianos que poderiam disseminar a doença, assim como fez o Brasil naquele mesmo dia. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e associações de criadores do estado, que faz fronteira com a Bolívia, também está tomando medidas – juntamente com o governo brasileiro – para evitar a disseminação do vírus para o território brasileiro.
O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso terá duas equipes atuando durante 24 horas na formação de barreiras sanitárias, que contarão com reforço de veterinários, técnicos e epidemiologistas. O Mato Grosso, com o maior rebanho bovino do Brasil, tem 780 quilômetros de fronteira seca com a Bolívia. O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo.
Com o agravamento da situação sanitária na Bolívia, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, enviou, no dia 30 de janeiro, correspondência ao governo boliviano oferecendo apoio técnico para controle dos focos de febre aftosa diagnosticados no país. As notícias são de que casos da doença foram diagnosticados em Cañadas, Swist Current e Porisaqui. Entre as duas primeiras cidades há uma distância de 200 quilômetros, o que indica a alta velocidade de expansão do vírus. A descoberta dos focos interrompeu um período de dois anos e meio sem registro da doença em território boliviano.
A febre aftosa é uma doença contagiosa, causada por vírus de rápida multiplicação. A moléstia ataca animais de casco dividido, como caprinos, ovinos, bubalinos, suínos e, principalmente, bovinos. Os animais doentes têm feridas na boca, nas tetas e entre as unhas. Eles costumam se separar dos animais sadios, babam, não comem e não bebem. A doença é transmitida por animais ou materiais infectados, veículos, equipamentos e pessoas que tiveram contato com o vírus. No Brasil, os últimos focos foram diagnosticados no fim de 2005 em Mato Grosso do Sul e no Paraná.