sexta-feira, 20/09/2024
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Prisioneiro de Guantánamo chega aos EUA para ser julgado

Um detento da prisão de Guantánamo, o primeiro a ser transferido aos Estados Unidos, chegou nesta terça-feira a Nova York, onde enfrentará acusações de terrorismo, anunciou o Departamento de Justiça.

Ahmed Jalfan Ghailani, da Tanzânia, detido desde 2006 na prisão da base militar americana de Guantánamo, em Cuba, foi levado para a penitenciária metropolitana de Nova York, acusado de participação em 1998 nos ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos em Dar es Salaam e Nairóbi.

O julgamento de Ghailani em território americano será um importante teste para a administração de Barack Obaba, que planeja fechar o centro de detenções de Guantánamo em sete meses e levar alguns dos suspeitos de terrorismo para serem julgados pelo sistema penal norte-americano.

Ghailani foi indiciado em 1998 pelos atentados da Al-Qaeda contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia, ataques que mataram 224 pessoas, entre elas 12 norte-americanos.

Segundo o inquérito, Ghailani começou sua carreira na Al-Qaeda entregando aparatos para confecção de bombas em sua bicicleta, subiu na hierarquia do grupo e teria sido, inclusive, guarda-costas de Osama bin Laden.

Entrevista de ex-detento

O argelino Lakhdar Boumediene, libertado após sete anos preso em Guantánamo, fez um relato de sua detenção e reafirmou sua inocência em ao canal de televisão americano ABC, na última segunda-feira divulgou trechos de uma entrevista exclusiva na internet.

“Sou um homem normal, não sou um terrorista”, disse Boumediene, de 42 anos, que foi libertado e viajou para a França no mês passado, após dois anos de greve de fome.

Preso em 2001 junto com outros cinco argelinos na Bósnia, onde residia legalmente, Boumediene foi entregue às autoridades americanas sob suspeita de ter organizado um atentado contra uma embaixada dos Estados Unidos em Sarajevo. Pouco depois, foi transferido para Guantánamo, logo que a prisão foi inaugurada na base americana em Cuba, em 2002.

Boumediene pensou na época que sua prisão não duraria muito tempo, por se tratar de um erro, uma vez que até as autoridades bósnias já haviam anulado as acusações que constavam contra ele.

“Achei que os Estados Unidos, um grande país que tem a CIA, o FBI (…) se daria conta, talvez após uma ou duas semanas, de que eu era inocente e podia voltar para casa”, contou à ABC News.

Ao invés disso, no entanto, o argelino foi mantido acordado por 16 dias e submetido a violência física por várias vezes. Perguntado pela ABC se acreditava ter sofrido tortura, respondeu: “Não acho, tenho certeza disso”.

Entre outras coisas, Boumediene descreveu como o levantaram de uma cadeira segurando-o pelas axilas enquanto seus pés permaneciam acorrentados ao chão, e como o obrigaram a correr com alguns guardas até ser arrastado por eles quando já não aguentava mais ficar em pé.

Boumediene foi autorizado a se instalar com sua família na França, que se tornou o primeiro país da União Europeia a receber um ex-detento de Guantánamo que não era seu residente ou cidadão.

* Com AP e AFP/U.Seg

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Parmenas Alt
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