O ministério das Relações Exteriores em Moscou exigiu acesso de seus diplomatas ao empresário Pavel Durov, que nasceu na Rússia mas tem nacionalidade francesa e nos Emirados Árabes Unidos
O Telegram informou que Durov deixou a Rússia em 2014 e mais tarde passou a viver em Dubai, onde a plataforma digital está baseada. A empresa disse ainda que ele é cidadão dos Emirados Árabes Unidos e da França, onde obteve a cidadania em 2021. Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, disse que Pavel Durov deixou o país porque queria ser “um homem do mundo que vive bem sem sua pátria”, mas agora recebeu um alerta. “Ele calculou mal”, disse Medvedev. “Para todos nossos inimigos comuns, ele é russo, e desta forma é imprevisível e perigoso”.A prisão de Pavel Durov ocorreu em um período marcado pelo aumento de preocupações de autoridades na Europa sobre o uso do Telegram por criminosos, como traficantes de drogas e pedófilos. A mídia na França disse que a detenção de Durov está relacionada com investigações sobre o papel do Telegram em espalhar pornografia infantil e a recusa da plataforma digital de cooperar com autoridades para combater tais crimes.
O Telegram é a mídia social mais importante em vários países no leste europeu. Autoridades dos governos de Rússia e Ucrânia utilizam a plataforma para transmitir informações sobre a guerra entre os dois países. Moscou também a usa para recrutar agentes na Europa para atos de sabotagem em várias nações. Neste contexto, Durov pode ser um ativo valioso para agências de inteligência ocidentais que buscam desvendar comunicações criptografadas transmitidas pelo Telegram. A França foi alvo de diversas operações russas nos últimos meses, o que provocou críticas do presidente Emmanuel Macron e de outros membros do seu governo.
*Com informações do Estadão-JovemPan