“Os resultados vão além de nossas expectativas”, afirmou Pantaleo, chefe do Serviço de Imunologia do Hospital Vaudois, de Lausanne.
Em entrevista ao jornal “Le Temps”, o cientista disse que a combinação das duas vacinas – aplicadas em injeções separadas por um intervalo de 14 meses – provocou uma resposta imunológica à aids em 90% dos 20 voluntários que participaram dos testes.
Concretamente, a combinação das duas vacinas – a DNA HIV C e a NYVAC HIV C – conseguiu estimular as células capazes de eliminar as infectadas pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), causador da aids.
Os resultados representam um avanço, já que em um primeiro teste clínico – realizado em 2004 pelo mesmo grupo de cientistas – apenas uma das duas vacinas (a NYVAC HIV C) foi aplicada e somente 45% das pessoas que a receberam reagiram positivamente.
Calcula-se que, sem vacina, apenas uma de cada 100 mil células do sistema imunológico reage diante de um vírus desconhecido, como o HIV, enquanto depois da aplicação das duas vacinas, a taxa aumentou para uma de cada 100 células, afirmou Pantaleo.
Outro resultado positivo dos testes foi que “seis meses depois da última injeção, a resposta imunológica permaneceu praticamente igual”.
O médico anunciou que sua equipe prepara os testes da segunda fase com 200 voluntários, “o que permitirá confirmar os primeiros resultados e verificar a tolerância dos pacientes às vacinas”.
No entanto, “estes testes serão mais difíceis de organizar, já que deveriam ser desenvolvidos nos países onde a cepa do vírus sobre a qual trabalhamos (a C) está mais presente”, como nações da África subsaariana e do Sudeste asiático, afirmou Pantaleo.
Nestas regiões, a cepa C é causadora de 55% das infecções, informou o cientista.