Dar visibilidade aos Afrobolivianos, uma minoria de cerca de 0,5% da população total da Bolívia, que quer se tornar mais conhecida e valorizada.
Este é o objetivo do Projeto Paralelo 15, que inicia a sua primeira etapa de campo em 25 de fevereiro de 2011. Por cerca de 30 dias, os integrantes do projeto, Mario Friedlander, Hélio Caldas e o jornalista Chileno, radicado na
Bolívia, Luca Spinoza, percorrerão a região onde habita a população negra boliviana.
No primeiro trecho da expedição cultural, na região conhecida como Gran Chiquitania Boliviana, a equipe vai documentar algumas Missões Jesuíticas, transformadas em Patrimônio da Humanidade pela Unesco, também alguns
aspectos da vida cotidiana de várias comunidades Chiquitanas localizadas ao longo do trajeto, e aspectos naturais do Bosque Seco Chiquitano, um rico ecossistema existente na Bolívia que começa a ser ameaçado principalmente pelas atividades agropecuárias e madeireiras dos Brasileiros que migram para esta região.
A expectativa é que a equipe enfrente alguns entraves burocráticos nas fronteiras, bem como problemas de infraestrura no transporte, pois a Bolívia enfrenta um período de chuvas muito intensas que bloqueiam inúmeras estradas
principalmente na região a ser percorrida. Além disso, a Bolívia passa por um momento de agitação política, a exemplo da “Crise do Açúcar”.
No entanto, apesar das dificuldades que possam vir a enfrentar, os membros do Projeto Paralelo 15 estão firmes no propósito de dar visibilidade aos Afrobolivianos que vivem na região dos Yungas, à Leste de La paz. O trajeto
a ser percorrido durante estes 30 dias é de aproximadamente 5 mil quilômetros, que serão feitos a bordo de um carro fechado, com tração 4 x 4.
Esta primeira etapa servirá de base para o projeto, pois será o momento de estabelecer vínculo com a população e colher informações e registros fotrográficos. O projeto prevê ainda mais três etapas, que resultarão em vários produtos finais, a exemplo de livros, exposições fotográficas e elaboração de relatórios.
O projeto vai fazer também um paralelo com as comunidades afrodescendentes do Vale do Guaporé, a oeste de Mato Grosso, mais especificamente no
município de Vila Bela da Santíssima Trindade.