Por determinação do juiz da Vara de Execuções Penais em exercício da Capital, Lídio Modesto Filho, o traficante Divino Bueno da Rocha foi transferido para uma cela isolada no setor de conteiners da Penitenciária Regional de Pascoal Ramos. A decisão do magistrado contou com a anuência do Ministério Público Estadual (MPE) que acatou pedido neste sentido feito pela advogada do sentenciado.
Divino Rocha ficou preso durante 45 dias numa cela do setor de isolamento do Pascoal Ramos. No dia 16 de junho, o traficante saiu dos conteiners direto para o Raio 1, mas a advogada Welen Lopes entrou com um pedido no plantão do Fórum Criminal e conseguiu que seu cliente permanecesse no isolamento. O argumento é que Divino poderia ser assassinado por outros detentos, pois tem inimigos no raio.
Além da transferência, o MPE solicitou que seja investigada a estranha transferência que ocorreu num sábado, após as 17 horas, horário em que acaba o plantão judiciário. A transferência levantou suspeita do MPE, pois teria sido realizada de forma incorreta.
Para garantir que o detento não chegasse ao raio 1, a advogada conseguiu entrar em contato com o superintendente-adjunto do Sistema Prisional, José Carlos de Freitas, que não autorizou a permanência do sentenciado numa cela do raio 1, permitindo que ele permanecesse na triagem. “Tive sorte em conseguir falar com o superintendente a tempo”, informou a advogada.
Embora agentes prisionais não confirmem, a transferência repentina do traficante seria uma forma de vingança, pois Divino não estaria “colaborando” com os presos líderes que comandam outros detentos dentro da unidade prisional.
Ninguém, no entanto, se preocupou em detalhar o que seria essa “colaboração”, mas a maioria admite que, caso ficasse preso numa cela do raio 1, Divino Rocha correria sérios riscos de ser executado por outros detentos.
Divino foi transferido de Cáceres para Cuiabá no início do ano após ser preso por tráfico de drogas. Ele responde a inquéritos em Minas Gerais, aonde possui propriedades. Na Penitenciária de Pascoal Ramos, sua situação é de preso provisório(sem julgamento), embora ele tenha sido condenado em outro Estado. Essa pena está sendo cumprida aqui.
No mês passado, o motorista dele teria sido vítima de uma suposta extorsão praticada por alguns policiais civis. O motorista acusa policiais de lhe tomarem R$ 25 mil em dinheiro durante uma abordagem. O caso está sendo investigado pela Corregedoria Geral da Polícia Civil.