quinta-feira, 21/11/2024
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Presidente do Irã pede que americanos pressionem retirada do Iraque

Em carta aberta publicada nesta quarta-feira, o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, incitou a população americana a pedir a retirada de suas tropas do Iraque e rejeito o que chamou de “apoio cego” do governo americano a Israel, além de suas ações “ilegais e imorais” na luta contra o terrorismo.

A carta aos “Nobres Americanos”, distribuída pela missão iraniana nas Nações Unidas, denunciava as políticas do presidente George W. Bush no Oriente Médio, além das práticas americanas na “guerra contra o terror”.

“Indubitavelmente, o povo americano não está satisfeito com seu comportamento e mostrou seu descontentamento nas últimas eleições”, escreveu Ahmadinejad.

Em uma mensagem aos democratas, ele disse, “vocês também têm contas com o povo e com a história”.

“Se o governo americano encarar os desafios internos e externos com uma estratégia baseada na verdade e na justiça, poderá remediar algumas das aflições passadas e minimizar parte do ressentimento e ódio globais contra a América”, disse Ahmadinejad.

“Mas se a estratégia se mantiver a mesma, é de se esperar que o povo americano irá igualmente rejeitar os novos eleitos, pois as últimas eleições, mais que refletir uma vitória, aponta uma falha nas atuais políticas administrativas”, advertiu.

Ahmadinejad escreveu um carta de 18 páginas a Bush em Maio, a qual foi criticada em Washington por não ter nenhuma referência ao programa nuclear iraniano. Os EUA estão liderando um conjunto de sanções contra Teerã devido a sua recusa em interromper o enriquecimento de urânio.

A carta desta quarta-feira também não fez referência à política nuclear iraniana.

Nessa mesma carta, o presidente daquele país destacou as boas relações entre Irã e Estados Unidos no passado. Disse que ambos são “inclinados ao bem e à solidariedade” e que rejeitam a “injustiça, a ameaça aos direitos humanos”, a intimidação e a humilhação dos seres humanos”.

Duas vezes neste ano, o Irã propôs conversar com os Estados Unidos sobre o Iraque, mas Ahmadinejad disse que tais negociações só aconteceriam se Washington mudasse de comportamento. No domingo, ele disse que o Irã estava pronto a auxiliar os Estados Unidos no Iraque, caso eles mudassem sua política contra o Irã.

Ahmadinejad disse, ainda, na carta que invasão americana ao Iraque, embora tenha deposto Saddam Hussein, algo que deixou o “povo feliz”, iniciou, por outro lado, centenas de milhares de mortes e propiciou um crescimento exponencial do terrorismo.

“Eu acho que o povo americano não consente que bilhões de dólares de seu tesouro sejam gastos anualmente neste aventura militar malsucedida”, ele disse.

“Agora o Iraque tem uma Constituição e um governo independente. Não seria mais benéfico trazer de volta para casa os soldados e gastar a quantia astronômica aplicada no Exército americano no bem-estar e prosperidade de seu povo?”, perguntou Ahmadinejad. “Como vocês sabem muito bem, muitas vítimas do Katrina continuam a sofrer e um sem número de americanos continuam a viver na pobreza.”

O Irã e os Estados Unidos não têm relações diplomáticas desde 1979 quando, após a revolução, militantes tomaram a embaixada americana em Teerã e mantiveram 52 pessoas como reféns durante 444 dias.
Redação/Folha Online

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Parmenas Alt
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