O presidente da Escola de Samba Estácio de Sá, Flavio José Eleotério, 48 anos, foi assassinado a tiros no final da noite desta segunda-feira, em Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro.
O corpo do sambista, que também era inspetor da Polícia Civil, foi encontrado por volta das 20h30 no porta-malas do seu carro (um Kia sedan), na rua Sargento Silva Nunes, na altura do nº 384, próximo à avenida Brasil.
O delegado-adjunto da 21ª DP (Bonsucesso), Gilbert Stivanello, que esteve no local, aguarda o exame pericial para determinar a linha de investigação a seguir. Mas a hipótese de roubo seguido de assassinato, já que o sambista teria sido identificado como policial pelos bandidos, pode ser a mais provável, segundo a polícia.
O carro com o corpo do presidente da escola foi encontrado por policiais militares do 22º BPM (Maré), que faziam patrulhamento de rotina no local. O Kia estava com as portas abertas e apresentava marcas de sangue e tiros no banco traseiro. Um projétil foi encontrado debaixo do banco, que tinha quatro perfurações.
Para a polícia, o sambista foi executado dentro do carro em outro local. Depois de jogarem o corpo na mala, os criminosos abandonaram o carro em Ramos. O interior do veículo, ainda de acordo com policiais, estava todo revirado, o que pode ser indicação de que os bandidos buscavam algo de valor. O veículo e o corpo do sambista foram levados para o pátio da delegacia de Bonsucesso para perícia.
Flávio passou a tarde de ontem no barracão da Estácio, na Cidade do Samba, de onde saiu por volta das 19h. No final da noite, representantes da escola estiveram no local e se mostraram inconformados com a morte do sambista.
Segundo presidente executado
Outro presidente da Estácio, Acyr Pereira Alves, também foi assassinado no Rio, em 2002. Acyr foi executado a tiros no Méier e, segundo as investigações policiais, estaria envolvido com dívidas não honradas.
Em 2003, outras três pessoas ligadas ao mundo do samba foram mortas: o compositor do Império Serrano Abraão Barbar Danni; o puxador da Caprichosos de Pilares, Jackson Martins; e o bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, homem forte do Salgueiro, executado em Jacarepaguá. A morte de Maninho acabou abrindo guerra pelo poder na escola.
O Dia