Para o candidato do PCO, as drogas têm sido um dos principais pretextos para a repressão policial no Brasil, e têm justificado a ação internacional de países imperialistas. “Esses motivos nos levam a colocar o problema de que é necessário lutar para eliminar esse crime artificial, um crime inventado. É um crime que não é crime. É um crime como a prostituição, apenas um problema moral transformado em legislação”, disse.
Ele ressalvou, no entanto, que o partido não é favorável ao uso de drogas, mas não considera seu consumo um problema de saúde. “Nós consideramos que o problema do uso de drogas, ao contrário do que a ideologia conservadora procura apresentar, é um problema de cada um, não é um problema moral. Também não é um problema de saúde. É um problema de cada pessoa, não é o estado que tem que determinar o que cada um deve fazer ou deve pensar”, disse.
Em defesa da legalização da maconha, o candidato Eduardo Jorge lembrou que a medida poderia trazer benefícios para diversas áreas, como na criminal. “Há repercussões positivas na área penitenciária, na possibilidade de esvaziar [as cadeias] e passar a ter condições mais humanas para que a pessoa presa possa ter direito ao trabalho e sair de lá com condições de se reintegrar”, disse.
O candidato do PV destacou que as pesquisas atuais – que indicam que a maioria da população é contra a legalização das drogas – devem ser relativizadas, já que as pessoas entrevistadas, segundo ele, podem não ter conhecimento amplo das informações sobre seu uso. “Esse é um tema órfão, já que os demais candidatos, organizados pelos marqueteiros, evitam falar disso de qualquer jeito”, ressaltou.
Eduardo Jorge lembrou que a maconha já foi usada pela medicina por milênios, e disse que somente quando as drogas sintéticas começaram a ser patenteadas é que a proibição foi determinada. “A maconha é uma substância que tem tradição de uso na medicina 2 mil anos antes de Cristo e, até o final do século 19, era bastante usada”.
O candidato do PV disse ainda que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia prometido que liberaria, em junho passado, a importação do princípio ativo da maconha para tratamentos medicinais, "mas o governo federal capitulou e adiou [a decisão] para depois das eleições”.
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