Pacientes necessitam de atenção especial pela possibilidade de desenvolverem lesões nos órgãos e acessarem com mais frequência as unidades de saúde.
O Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme e a Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), lançou um censo para identificar pessoas com a doença residentes na Capital. O objetivo é mensurar essa parcela da população cuiabana e, com base nisso, planejar ações para melhor acompanhar os pacientes, com compra de medicamentos e mais qualidade na atenção básica, secundária e terciária.
Cuiabá já dispõe de um cadastro de pessoas com doença falciforme, feito com base nos dados do MT Hemocentro e nas buscas ativas feitas pelos servidores dos postos de saúde, no entanto, esses dados não são exatos. O Censo já está disponível na internet e pode ser respondido por todos os moradores de Cuiabá que têm a doença ou suspeitam que dela sofrem. A técnica de atenção à saúde da população negra da Secretaria Municipal de Saúde, Nara Nascimento, explica que alguns dos sintomas da doença falciforme são: anemia crônica, fraqueza, cansaço.
Para participar do Censo, basta preencher o cadastro no site www.saude.cuiaba.mt.gov.br/falciforme/ficha. Caso a pessoa tenha dificuldade no preenchimento, pode obter mais informações e auxílio através do telefone (65) 9 8151-8805 (WhatsApp).
Grupo de risco
Por se tratar de uma síndrome, ou seja, ocasionar uma série de enfermidades, as pessoas que sofrem com doença falciforme estão no grupo de risco da Covid-19, por apresentarem uma imunossupressão crônica, além da possibilidade de desenvolverem lesões nos órgãos ao longo dos anos, podendo também terem doenças cardíaca, pulmonar, renal e/ou neurológica.
Além disso, as pessoas com doença falciforme precisam acessar com maior frequência os serviços de emergência, devido às intercorrências da doença, o que aumenta o risco de se contaminarem com o novo coronavírus.
A doença falciforme
É uma doença genética caracterizada pela presença de um tipo variado de hemoglobina que altera o formato e funcionamento das hemácias e pode provocar complicações como obstrução dos vasos sanguíneos em vários órgãos do corpo, infecções e crise de dor, que podem até mesmo incapacitar a pessoa para o trabalho.
É uma das doenças genéticas mais comuns no Brasil, tendo mais incidência na população negra. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), nascem em média 2.500 crianças com doença falciforme no país, com distribuição diferente de acordo com a região. Em Santa Catarina, por exemplo, nasce uma criança com doença falciforme para cada 13,5 mil nascidos vivos, enquanto na Bahia a proporção é de 1 para cada 650. Já em Mato Grosso, nasce 1 para cada 2 mil e em Cuiabá, em 2019, foi registrada uma criança com doença falciforme para cada 1.011 nascidos vivos, o que é considerado um nível alto, acima da média nacional.