Emanuel Pinheiro (MDB) conseguiu se reeleger para mais quatro anos a frente da Prefeitura de Cuiabá.
Emanuel Pinheiro obteve 51,15 % dos votos válidos e Abílio Júnior (Podemos) ficou 48,85%.
Em termos absolutos, Emanuel obteve 135.871 votos, contra 129.777 para Abílio.
A abstenção no segundo turno aumentou, com 24,79% dos eleitores não comparecendo para votar, o que representa 93.274 pessoas. No total, 284.352 votaram (75,21%). Dos que votaram, 12.379 eleitores anularam o voto e 6.325 votaram em branco.
HISTÓRIA – Na vida pública há mais de três décadas, Emanuel vive política 25 horas por dia. Dizem que, ao nascer, ao invés de chorar, afagou a parteira e lhe pediu voto.
Seu cargo de prefeito se renovou, mas analistas avaliam que a renovação seria manga curta, pois, em 2022, ele estaria gabaritado para concorrer ao Governo de Mato Grosso, tendo na bagagem a experiência de administrar Cuiabá por seis anos, e esbanjando a arte política de sobreviver em meio ao tiroteio do vídeo do paletó, onde recebe maços de dinheiro de Sílvio Corrêa, então chefe de gabinete do à época governador Silval Barbosa, que o delatou chamando-o de “mensaleiro”.
Mais que prefeito e ex-vereador e ex-deputado estadual, Emanuel é um projeto político sempre de olho no amanhã.
Mas não se trata de projeto isolado, e sim permanente. Por isso, não deve ser analisado somente por sua plataforma de Governo, com o segundo mandato, que seria o prolongamento do atual.
Seu pico administrativo seria no período anterior a 8 de abril de 2019, data em que Cuiabá celebrou o tricentenário de fundação pelo bandeirante paulista Moreira Cabral.
Se olharmos detalhadamente e com isenção, não veremos o marco administrativo dos 300 anos, mas sem que isso desqualifique sua gestão que tem presença capilarizada em todas as áreas da esfera pública e nas regiões urbanas.
Portanto, reeleito, Emanuel não reinventará a roda, mas terá a oportunidade de concluir obras em execução e de construir outras, planejadas.
Com Emanuel reeleito, em 2022, a Prefeitura passará ao seu vice José Roberto Stopa (PV), que foi seu secretário, e ele pegará a estrada para ser governador de todos os mato-grossenses, mas de modo especial dos cuiabanos, que, segundo ele, vivem “na cidade mais calorosa do Brasil”.
Pode parecer estranho falar em eventual candidatura do prefeito de Cuiabá ao Palácio Paiaguás, quando acaba de acontecer o segundo turno para a Prefeitura da capital.
Mas, política é assim mesmo. Independentemente do vídeo do paletó, Emanuel sabe que eleição para a Prefeitura de Cuiabá é difícil, mas ele não se assusta. Em 2016, o então governador Pedro Taques apoiou o tucano Wilson Santos, mas não conseguiu derrotá-lo.
Agora, no Palácio Paiaguás, quem lhe faz oposição é o democrata Mauro Mendes. Governantes à parte, o prefeito sabe que, historicamente, o eleitorado cuiabano vota contra o apadrinhado do governador.
Campanha política é algo tão intenso que o candidato sequer tem tempo pra pensar.
Mesmo assim, quando a agenda permite, entre um e outro compromisso, Emanuel deve se abrir em conversa reservada com sua mulher e inspiradora Márcia Pinheiro, falando sobre a construção de um castelo político que estaria reservado para os dois, segundo palavras do saudoso ortopedista e vereador por Cuiabá, Guto de Carvalho.
Quando Emanuel se preparava para a posse em seu primeiro mandato na Câmara de Cuiabá, Guto o viu ao lado de Márcia, lhe estendeu a mão e disse a ela: “Você é uma moça bonita, vai se casar com o Nenéu (apelido de Emanuel em família e no seu círculo de amizade), será primeira-dama de Cuiabá e de Mato Grosso”.
O projeto político que atende pelo nome de Emanuel sonha com o hoje, de forma responsável, mas de olho no amanhã, e sabe que Abílio quer impedir que ele ganhe força para concretizar a profecia política de Guto de Carvalho.