Os preços dos remédios podem ser reajustados a partir deste sábado (30), de acordo com determinação do governo publicada no Diário Oficial da União em 12 de março.
Na prática, a alta dos preços só deve chegar às farmácias entre os dias 8 e 10 de abril. O consumidor deve sentir no bolso um aumento de, em média, 4,6%.
O reajuste dos preços de remédios é feito anualmente na mesma época, considerando fatores como expectativas de inflação, de ganhos de produtividade das empresas de medicamentos, e o preço dos insumos usados na produção dos remédios. Para a inflação, deverá ser usado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulado entre março de 2011 e fevereiro de 2012, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento é feito sobre os preços cobrados pela indústria farmacêutica, mas normalmente o reajuste do comércio é parecido com o da indústria, afirma o presidente da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (Abcfarma), Pedro Zidoi.
De acordo com Zidoi, o reajuste pode variar entre 2,7% e 6,31%, dependendo do tipo do remédio. Na média, a variação será de 4,59%.
Reajuste é feito sempre no dia 1º de abril
O governo controla os preços cobrados pela indústria farmacêutica para evitar abusos. De acordo com Pedro Zidoi, toda farmácia também possui uma lista com o preço máximo que pode cobrar por cada medicamento.
Uma vez por ano, na mesma época, esse preço é reajustado. No ano passado, por exemplo, o aumento máximo autorizado foi de 5,85%.
"Dessa forma, não se pode aumentar o preço do remédio da gripe, por exemplo, quando chega o inverno, e a demanda por esse tipo de medicamento é maior", diz.
Sindicato da indústria diz que cálculo do aumento é "discutível"
O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) diz que o governo aplica um método de cálculo "discutível", que reduz o reajuste dos medicamentos e "prejudica muitas empresas".
Segundo o Sindusfarma, as empresas não conseguem repor o aumento de custos de produção no período.
O Sindusfarma diz que, desde 2011, a indústria farmacêutica enfrenta "fortes pressões de custo", principalmente com pessoal, insumos e matérias-primas importadas. Com a alta da cotação do dólar, os custos da indústria teriam aumentado.
Segundo o sindicato, em 2012, por exemplo, os medicamentos subiram 4,11% em média, enquanto a inflação geral foi de 5,84%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE.
UOL