O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que o preço do gás natural deve subir para os consumidores finais no Brasil.
Durante visita a Londres, onde participa de uma conferência, o presidente falou a jornalistas sobre a decisão de reduzir o fornecimento de gás natural a distribuidoras no Rio de Janeiro e São Paulo.
Quando perguntado se o preço do gás natural para os consumidores deve subir no médio e longo prazo no Brasil por falta de oferta, Gabrielli respondeu: “Sim, eu acho que você está certo”.
Ele não soube estimar um valor ou um prazo para o preço do gás natural subir, mas disse que a Petrobras não tem condições, “pelo menos no curto prazo”, de atender a demanda por gás natural.
Segundo dados do governo, o gás natural responde por 8,3% da energia consumida no Brasil em 2006. A previsão da Petrobras é que esse número ultrapasse 12% até 2010.
O Brasil tem a segunda maior frota mundial de carros movidos a gás natural, atrás apenas da Argentina.
Contratos
O presidente da Petrobras disse que o fornecimento de gás só foi cortado para as distribuidoras CEG e CEG-Rio porque as duas companhias estão consumindo hoje mais gás natural do que o que foi acertado no contrato.
Com o crescimento da demanda de gás natural por parte das usinas termelétricas, a Petrobras decidiu não entregar gás natural para as distribuidoras, por não ter condições de atender a demanda de todos.
Gabrielli ressalta que a Petrobras suspendeu apenas o fornecimento da quantidade de gás natural que excede os contratos com a CEG e a CEG-Rio.
Devido à redução no fornecimento nas distribuidoras, alguns postos de gás natural no Rio de Janeiro já registraram aumento do preço.
Nesta quarta-feira, uma liminar da Justiça do Rio determinou que a Petrobras retome o fornecimento de gás natural às distribuidoras.
Gabrielli diz que a Petrobras já vem tentando há algum tempo renegociar os contratos com as distribuidoras.
“Gás natural não é um produto que você vai no supermercado e compra. Mercado de gás é contratual. Precisa haver contratos de longo prazo, envolvendo previsão de consumo e de produção”, disse o presidente da Petrobras.
“O monopólio (do gás natural) pertence às distribuidoras estatais. A Petrobras não tem como definir quem será o consumidor final do produto.”
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